A filosofia antiga inovou em conhecimento, pois buscou explicar o mundo com mais racionalidade. Nesse sentido, Platão formulou um conceito que dividia o mundo em dois planos distintos. Para explicar seu pensamento, o filósofo utilizou uma alegoria que ficou conhecida como a Caverna de Platão.
Acompanhe, neste artigo do Estratégia Vestibulares, como essa metáfora demonstra o pensamento platônico!
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O Mito da Caverna de Platão
A Alegoria da Caverna ou Mito da Caverna foi descrita por Platão no livro A República. Nessa obra, o filósofo debate sua teoria sobre a verdade e a política ideal.
O mito consiste na imaginação de uma caverna, com abertura para a natureza. No interior, o lugar está repleto de indivíduos, acorrentados desde o nascimento, e por trás deles há uma fogueira que gera luzes.
Os prisioneiros ficam sempre de costas para a iluminação, assistindo à movimentação das sombras do mundo externo, refletidas na parede do fundo. Como nunca tiveram contato com o ambiente fora da caverna, aqueles cativos acreditavam que a vida real estava projetada naquela penumbra ー a realidade eram as sombras e a caverna.
Num dado momento do livro, ocorre algo surpreendente: um prisioneiro sai para o mundo exterior. No primeiro instante, ele sente incômodo nos olhos devido ao excesso de luz ー seu corpo estava adaptado à escuridão. Porém, após conhecer a vida de fora, ele percebe a variedade de coisas que existem no exterior da caverna.
A maior percepção que o cativo alcança acontece quando ele compara as sombras vistas dentro da caverna com o mundo real. Só então o rapaz nota que as figuras refletidas da parede de fundo eram simples cópias do mundo real.
Alegoria da caverna de Platão na atualidade
No presente, as redes sociais e a internet são utilizadas em massa. A maioria da população mundial possui acesso a esses meios de comunicação. Porém, com o passar do tempo, percebe-se uma padronização das informações e imagens no plano virtual.
O conhecimento está acessível ao toque das mãos. Como consequência, o questionamento é deixado de lado. A pesquisa instantânea minimiza a dúvida do humano.
Nesse sentido, as mensagens e referências que chegam até os internautas não são analisadas, o que facilita a propagação de fake news.
Quando se compara a atual realidade com o Mito da Caverna, nota-se que os indivíduos têm se submetido aos pensamentos viralizados, sejam eles verdadeiros ou não. Com isso, ocorre a fragilização da verdadeira realidade.
O fenômeno das noticias falsas demonstra que a sociedade está acorrentada pela velocidade da internet. As mentiras que são disseminadas representam as sombras da caverna e são interpretações ilusórias do mundo real.
Abandonar as amarras da virtualidade pode incomodar o senso político ou social, assim como foi para prisioneiro quando contemplou a luz pela primeira vez. Contudo, libertar-se do engano de vivências rasas pode ser incrível para a formação de novas verdades, individuais ou coletivas!
Conclusões sobre a Caverna de Platão
Ao escrever essa história alegórica, o filósofo tinha a intenção de transmitir sua Teoria das Ideias. Essa teoria consiste na divisão do mundo em dois polos: o mundo sensível e o mundo inteligível.
O mundo sensível é aquele que está acessível pelos sentidos humanos e, para o filósofo, oferece um conhecimento não confiável e instável. Platão conclui que o mundo sensível não produz verdades ー assim como as sombras presentes na caverna. Mesmo que todos os prisioneiros validassem as figuras como realidade, os sombreados eram somente experiências mínimas sobre o mundo fora da caverna.
Já o mundo inteligível consiste na compreensão alcançada por meio do intelecto. Platão admite esse conhecimento como perfeito, estável, inquestionável e é, para ele, a própria realidade. Na teoria platônica, o mundo inteligível contém a verdade.
No Mito da Caverna, a verdade é representada pelo ambiente exterior, em que se passam os acontecimentos reais. A dor ocular, sofrida pelo prisioneiro liberto, representa a busca por conhecimento, ou seja, causa incômodos e desconfortos, mas permite conhecer a realidade.
Livro: A República
Depois de explicar sua hipótese sobre as ideias, Platão utiliza o restante do livro para discorrer sobre suas opiniões políticas. Na obra, o filósofo cria uma república que conta com uma Cidade Ideal, a Kallipolis.
A regência do lugar é manejada por indivíduos bem informados, já que o autor acreditava que as pessoas com conhecimento ー no caso, os filósofos ー são as únicas competentes para o exercício político. Tal crença foi denominada Sofocracia, que significa “poder dos sábios”.
No ambiente ideal de Platão, a educação é item indispensável para a formação dos citadinos e fica sob responsabilidade do governo. Após instruir os indivíduos, os governantes classificam as pessoas conforme o tipo de alma que possuem. Confira abaixo como são formados esses agrupamentos:
- Almas de Bronze: são destinados ao gerenciamento econômico, ou seja, buscam a garantia de sobrevivência material;
- Almas de Prata: determinados para a defesa da cidade, indivíduos que são ótimos guerreiros;
- Almas de Ouro: estudam para desenvolver virtudes, verdades e sabedorias. Com isso, tornam-se aptos para exercer a política, governar e propor leis.
Uma vez que as classificações são adotadas, propaga-se a divisão social que permite o bom funcionamento da Cidade Ideal. Dessa forma, cada pessoa é enviada para exercer o ofício que lhe compete.
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