Ausência de dominância e codominância: interação entre alelos genéticos 

Ausência de dominância e codominância: interação entre alelos genéticos 

Em indivíduos diploides, cada informação genética é codificada por meio de dois alelos, que interagem entre si para gerar uma característica específica. Diante disso, é possível que eles apresentem diferentes tipos de interação como dominância, recessividade, ausência de dominância e codominância. 

Essas relações são estudadas na genética como um todo, mas especialmente na humana, para a compreensão de doenças e condições. Atualmente, com a evolução da tecnologia, esses conhecimentos podem ser úteis para a intervenção em patologias graves, alterando todo o curso de uma enfermidade.

Neste artigo, conheça os conceitos de dominância, ausência de dominância e codominância. Acompanhe como esse tema aparece em provas de vestibulares nacionais, com resolução completa de questões. 

Definição de genes e alelos

Os seres animais são compostos por células, que dependem de proteínas, carboidratos e lipídios para sobrevivência. Cada célula possui um núcleo com informações genéticas, armazenadas em ácidos nucleicos como o ácido desoxirribonucleico (DNA) e o ácido ribonucleico (RNA). 

No DNA estão dispostas todas as informações necessárias para a fabricação das proteínas necessárias para o correto funcionamento do organismo. Então, cada detalhe do corpo está descrito em um pedacinho de DNA, chamado de gene.

Em indivíduos diplóides, existem dois conjuntos de cromossomos, um recebido do pai e outro da mãe. Então, para cada gene, que expressa uma característica, existem dois “pedaços” de informação, que são chamados de alelos. 

Exemplificação de alelos
Imagem: Reprodução/Wikimedia

A imagem acima mostra um gene com dois alelos diferentes. É importante manter em mente que o gene determina uma só característica, como o tamanho da unha, mas os alelos determinam como essa informação será expressa no organismo. Por exemplo, o alelo 1 pode indicar um tamanho de unha grande, enquanto o alelo 2 indica unhas menores.

Todos esses dados genéticos são chamados de genótipos. Já a forma como eles se expressam para o mundo exterior, por exemplo, como será o tamanho das unhas de um indivíduo, é chamada de fenótipo.

O fenótipo de cada característica é determinado pela interação entre os alelos, como a dominância, a ausência de dominância e a codominância, que serão explicadas no próximo tópico.

Interação entre alelos

Dominância e recessividade

A dominância entre alelos acontece quando um alelo é “mais forte” do que o outro. Dessa forma, toda vez que um alelo dominante aparece em um genótipo, é ele quem determina o fenótipo daquele organismo, independentemente de como é o outro alelo genético. Em geral, para expressar e nomear um alelo dominante, utiliza-se uma letra maiúscula. 

Por exemplo, imagine que uma flor pode ser branca ou amarela, mas o gene que codifica a cor amarela é dominante (A). Isso significa que todas as vezes que aparecer o gene A no genótipo da planta, seu fenótipo será amarelo. 

Ao mesmo tempo que existe um alelo dominante, existe um alelo recessivo que é “mais fraco”. Então, para se expressar como fenótipo, é necessário que apareça em homozigose, ou seja, apareça nos dois alelos do indivíduo. No exemplo da flor, a cor branca é recessiva codificada pelo genótipo aa, assim:

  • No genótipo AA, a flor será amarela, porque existe pelo menos um alelo dominante;
  • No genótipo Aa, a flor também terá fenótipo amarelo, porque A domina sobre a; e 
  • Na informação genética aa, a flor terá cor branca, pois há homozigose do alelo recessivo.  

Ausência de dominância ou dominância incompleta

Existe a possibilidade, também, de dois alelos interagirem entre si de forma equilibrada, fenômeno conhecido como dominância incompleta. Nesses casos, nenhuma das informações genéticas se sobrepõe sobre a outra. Os alelos se expressam de maneira mista no indivíduo, com um fenótipo intermediário. 

Um modelo clássico seria uma planta boca de leão, de cor vermelha, codificada pelos alelos vv e outra planta da mesma espécie com coloração branca, com genótipo bb. Caso haja cruzamento entre elas, toda prole terá o genótipo vb. Como há ausência de dominância, o fenótipo das plantas-filhas será “no meio do caminho” entre branco e vermelho, por exemplo na cor rosa, veja no esquema abaixo. 

Exemplo de ausência de dominância e codominância
Imagem: Reprodução/Wikimedia

Codominância

Existem ainda os casos em que os dois alelos se expressam na mesma planta, sem criar um fenótipo intermediário. Ou seja, não há dominância de um sobre o outro e também não há um equilíbrio que crie uma expressão fenotípica “no meio do caminho”.

A codominância acontece quando as duas informações genéticas estão ativas no mesmo indivíduo. No mesmo raciocínio sobre a coloração de plantas, os alelos A (azul) e B (branco) poderão gerar uma planta AB em que há pontos mesclados entre azul e branco.

A tipagem sanguínea dos humanos é determinada por meio de codominância entre os genes ABO. Existem três tipos de alelos:

  • IA, que indica tipo sanguíneo A;
  • IB, que codifica o tipo sanguíneo B; e
  • i, que identifica o tipo sanguíneo O. 

A codominância aparece, por exemplo, quando há o genótipo IAIB, porque o fenótipo determinado terá as características do alelo A somadas às características do alelo B, então  o tipo sanguíneo é AB, sem que haja dominância na interação alélica. 

Ao mesmo tempo, observa-se que há dominância entre os alelos IA e IB sobre i. Então, IA ou IB aparecem concomitantemente ao alelo i, se expressam os fenótipos A ou B, respectivamente. A única forma de apresentar o tipo sanguíneo O, é quando há homozigose do alelo i (ii). Acompanhe na tabela abaixo. 

Genótipo (herança em codominância)Fenótipo (tipo sanguíneo)
IAIA,IAiA
IBIB,IBiB
IAIBAB
iiO

+ Veja também: Fundamentos da hereditariedade: conceitos básicos e aplicações
Polialelia: alelos múltiplos, genética, sistema ABO e exemplos 

Questão sobre dominância, ausência de dominância e codominância

Em determinada espécie animal, sabia-se da existência de diferentes fenótipos quanto ao comprimento dos pelos. Havia animais com pelos curtos, pêlos longos e pelos de comprimento intermediário. Quando se permitia o cruzamento entre animais de pelos curtos e animais de pelos longos, 100% da prole nascia com pelos de comprimento intermediário. Já no cruzamento de animais de pelos curtos entre si, 100% da prole nascia com pelos curtos. E no cruzamento de animais de pelos longos entre si, todos os filhotes nascidos tinham pelos longos. Esse tipo de herança genética é denominado ________________ e pode-se deduzir que, se dois animais de pelos de comprimento intermediário forem cruzados entre si, em uma próxima ninhada a probabilidade de nascerem machos com ________________ .

As lacunas do texto são preenchidas, respectivamente, por:

A) dominância incompleta – pelos de comprimento intermediário será de 1/4.

B) dominância completa – pelos longos será de 1/8.

C) dominância completa – pelos curtos será de 1/2.

D) dominância incompleta – pelos de comprimento intermediário será de 1/2.

E) codominância – pelos curtos será de 1/4.

Resposta: A questão trata de um exemplo de dominância incompleta: fenótipo intermediário sendo manifestado por um indivíduo com genótipo heterozigoto. Assim, eliminamos as alternativas B, C e E.

Dois animais com pelos intermediários (heterozigotos), ao cruzarem, têm ½ de chance de gerar descendentes também heterozigotos. Agora, para machos e heterozigotos, a probabilidade é de ¼.

Alternativa correta: A. 

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