Evolução é o nome simplificado de uma grande área de estudo, o evolucionismo. Nesse âmbito, busca-se entender como as espécies se estabelecem em diferentes ambientes, quais adaptações elas podem sofrer ou como o ambiente tem relação com algumas características específicas.
Esse tema traz curiosidades para cientistas desde as civilizações antigas, que buscavam entender qual a origem da vida, de onde vem os seres vivos e como eles podem sobreviver em locais diversos.
Com o passar do tempo, estudos e evidências indicam que há uma evolução das espécies, que está baseada na teoria de Seleção Natural, proposta pelo cientista Charles Darwin. Para conhecer o assunto com mais profundidade, continue lendo este artigo. Ao final, acompanhe uma resolução de questões de vestibulares sobre isso.
Navegue pelo conteúdo
Origem das espécies
Um dos pontos de partida do evolucionismo está em tentar compreender a origem da vida em cada espécie. Afinal, são diversas espécies animais, vegetais e de outros reinos taxonômicos que convivem no mesmo planeta.
Pouco a pouco, os cientistas perceberam que cada espécie estava muito bem adaptada ao ambiente que ocupava. Por exemplo, patas bem desenvolvidas para o tipo de solo, aparelho bucal que combinava com os hábitos alimentares, entre outros exemplos.
Tais observações não foram deixadas de lado, então, muitos estudiosos propuseram teorias para explicar como cada espécie seria tão bem adaptada ao seu nicho ecológico. Entre as mais conhecidas estão as teorias da evolução de Lamarck, Darwin e os conceitos neodarwinistas.
Atualmente, assume-se que o Neodarwinismo é a proposição teórica que mais se adequa à realidade, com algumas evidências plausíveis. Essa corrente de pensamento científico une os ideais desenvolvidos por Charles Darwin e os conhecimentos de genética, biotecnologia e outros avanços técnicos dos tempos atuais.
Como acontece a evolução?
Seleção natural
Um dos pilares para a compreensão da evolução propriamente dita é a seleção natural. Esse conceito foi proposto por Darwin, publicado no ano de 1859. Basicamente, essa ideia explica como um grupo de espécies pode se adaptar tão bem a um local.
A informação central no estudo da seleção natural está na diferença de características entre indivíduos da mesma espécie. O ambiente em que eles estão inseridos pode favorecer a sobrevivência de um, e tornar a vida do outro mais difícil e mais vulnerável à morte.
Por exemplo, imagine que uma árvore possui frutos em um formato que será melhor colhido por bicos finos. Nesse mesmo local, vivem dois pássaros da mesma espécie, mas um tem um bico mais fino e o outro o bico não se adapta muito bem à colheita do fruto para a alimentação.
Ao longo dos anos, a linhagem de aves com bicos grossos não consegue se alimentar tão bem,alguns morrem e os sobreviventes não se reproduzem com tanto vigor. Ao passo que a linhagem de bico fino cresce em ritmo normal.
Com o passar do tempo, isso resulta em um predomínio de pássaros de bicos finos, que cruzarão entre si e, pouco a pouco, os indivíduos da linhagem serão cada vez mais adaptados a esse ecossistema.
Note que isso não se trata de uma superioridade de determinadas características, mas a melhor adaptação ao ambiente. Afinal, se o mesmo exemplo ocorre em um local com sementes que necessitam de um bico grosso para serem colhidas, o desfecho seria oposto.
Fluxo gênico
Fluxo gênico é um conceito da biologia que trata sobre a troca de informações genéticas durante o acasalamento. Muitas vezes, uma população da espécie A vive em um ambiente X, enquanto outra população A vive no ecossistema Y.
Em um dado momento, um macho de X e uma fêmea de Y podem acasalar. Assim, informações genéticas de um ambiente foram trocadas com as do outro, de forma a criar um fluxo de genes. Isso é importante para que haja variabilidade genética e melhores chances de sobrevivência em diferentes ambientes.
Mutação
A mutação é um conceito moderno adicionado à Evolução, para explicar certas alterações e características que podem surgir espontaneamente em uma linhagem. Elas ocorrem de maneira aleatória na natureza, trazendo danos ou não para o indivíduo.
Em alguns casos, certas mutações permitem a sobrevivência e evolução da espécie. Por exemplo, existe uma mutação genética que circula na África que protege o indivíduo da infecção contra malária — como o continente tem um alto número de casos da doença, essa linhagem mutada foi selecionada ao longo do tempo.
Em outras situações, mutações nos genes podem ser deletérias e causar alterações severas. É o caso de cânceres e muitas doenças que são frequentes em grupos familiares. Por fim, existem as mutações letais, que não permitem a sobrevivência do indivíduo.
+ Veja também: Especiação: conceito, tipos e questões de vestibulares
Evidências da evolução
Além da teoria proposta por biólogos, a evolução é embasada em estudos arqueológicos e históricos. Diante disso, existem evidências biológicas, fósseis e históricas da semelhança entre os seres vivos.
A principal forma de evidenciar a evolução das espécies é por meio dos fósseis. Pegadas, fezes, dentes, ossadas e suas localizações apontam para ancestrais humanos e de outras espécies, ao redor do Planeta Terra.
Além disso, estudos biológicos apontam semelhanças anatômicas importantes entre seres vivos que são relacionados evolutivamente. Há uma semelhança adaptativa entre diferentes espécies de répteis, entre as aves, entre os mamíferos.
Existem os órgãos vestigiais, estruturas que eram úteis no passado evolutivo, mas agora não apresentam nenhuma função específica. É o caso do apêndice cecal observado em humanos, que, quando retirado, não faz muita diferença na vida do indivíduo.
Por fim, as evidências moleculares, biológicas e bioquímicas apontam para uma origem semelhante entre os seres vivos. Quanto mais próximos filogeneticamente, maiores são as semelhanças, de forma que muitos compartilham estruturas e proteínas em comum, o que reforça a evolução das espécies a partir de ancestrais comuns.
Questão sobre evolução
(Fuvest/2023) A figura representa três momentos sucessivos da população adulta de uma determinada espécie de peixe em uma região na qual há atividade pesqueira. O momento I. representa a composição da população adulta antes da pesca. No momento II, observam-se os sobreviventes adultos logo após a pesca. O momento III. representa os indivíduos adultos após alguns ciclos de reprodução.
Baseado na figura, é correto afirmar que
a) o impacto causado pela atividade de pesca alterou a produtividade primária do local, o que resultou em uma população de peixes menores ao longo do tempo.
b) a população não conseguiu recuperar sua abundância de indivíduos após a atividade de pesca, o que a levará ao colapso a médio e longo prazos.
c) os indivíduos maiores não conseguem se reproduzir depois da pesca devido ao estresse fisiológico causado por essa atividade.
d) essa atividade de pesca é sustentável a longo prazo e não causa impacto à população de peixes daquele local.
e) a pesca priorizou os peixes maiores, causando uma seleção artificial que resultou em uma população de peixes menores ao longo do tempo.
A alternativa E é a certa. A partir da ilustração, percebe-se que a pesca deu prioridade aos peixes de maior tamanho, o que acabou selecionando artificialmente os peixes de menor tamanho, que permaneceram na população e passaram seus genes adiante, aumentando em frequência na próxima geração.
Estude para o vestibular com a Coruja!
A biologia é uma ciência única, mas com diversas correlações interdisciplinares. Seja pelo aspecto epidemiológico, ecológico, sustentável ou sanitário do desenvolvimento de espécies e sua relação com o ambiente em que vivem.
Esse tipo de conhecimento costuma ser cobrado em vestibular e, por isso, as aulas do Estratégia Vestibulares trazem esse panorama a respeito das disciplinas e sua relação com o mundo em diferentes aulas que te direcionam para a realização de uma prova com maior embasamento teórico e interpretativo, com interdisciplinaridade. Clique no banner e conheça mais vantagens dos cursos da Coruja!