Ao falar de Reino Fungi, muitas ideias vêm à cabeça: cogumelos, mofos, queijos especiais, espécies causadoras de doenças, entre outras coisas. Seja em qualquer uma dessas circunstâncias, os fungos são seres vivos que compartilham a Terra conosco, residindo em nossas casas e, por isso, são importantes no nosso dia a dia.
No texto a seguir, você entenderá melhor o que são os fungos, em quais classificações biológicas eles se encaixam, quais são as diferentes classes no Reino Fungi, como eles se reproduzem e a importância ecológica deles.
Continue lendo e fique preparado para responder questões sobre o Reino Fungi na sua prova do vestibular, seja na primeira ou segunda fase!
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O que são fungos?
Os fungos são seres vivos eucariontes, ou seja, possuem a estrutura celular dotada de membrana celular, núcleo onde se aloja o material genético, citoplasma com organelas membranosas, além de outras diferenças significativas em relação ao que vemos em bactérias, os seres procariontes.
Os seres do Reino Fungi podem possuir uma única célula ou mais do que isso, ou seja, são unicelulares ou pluricelulares. Em geral, quanto maior a pluralidade de estruturas celulares, maior a complexidade da espécie.
A obtenção de energia dos fungos é heterotrófica, assim como nos seres humanos. Isso significa que eles não conseguem produzir a própria energia, mas precisam de um determinado substrato para conseguir a quantidade energética necessária para a sobrevivência.
Apesar de não estarem na base da cadeia alimentar como produtores de energia e matéria, os fungos apresentam importante função ecológica. Mais adiante você entenderá que a existência desses seres é determinante para a continuidade da vida no planeta Terra.
+ Veja também: Tipos de células: eucariontes, procariontes e diferenças
Por que existe um Reino Fungi?
Biologicamente, foi necessária a criação de um reino exclusivo para os fungos porque esses seres apresentam características peculiares que não permitem que sejam agrupados nem com as plantas, nem com os animais.
Por exemplo, os fungos não possuem clorofila, um pigmento importante para a atividade de fotossíntese, determinante para considerar uma estrutura como um vegetal. Ao mesmo tempo, o armazenamento de nutrientes e energia nos fungos se dá por meio de moléculas de glicogênio, enquanto as plantas utilizam o amido como principal açúcar.
A parede celular presente nos fungos é constituída por quitina, um polissacarídeo presente também em exoesqueleto de artrópodes. Isso também afasta a relação entre Reino Plantae e Reino Fungi, uma vez que as plantas possuem parede feita de celulose, o típico carboidrato presente nos papéis.
Nesse ponto, há uma importante semelhança com os animais, já que utilizamos o glicogênio como fonte de energia. Apesar disso, a forma de reprodução, vida e comportamento dos fungos não permite a participação no Reino Animalia.
Características do Reino Fungi
Os fungos se distribuem em diferentes ambientes, mas possuem certa afinidade com locais mais úmidos, com pouca exposição à luz solar. Em geral, os seres do Reino Fungi apresentam um comportamento saprófito, quando a nutrição é feita a partir da decomposição de matéria orgânica.
Em termos de reprodução, eles utilizam processos sexuados, em que há envolvimento de células sexuais e mistura de material genético, o que gera variabilidade na constituição dos genes. Também podem surgir por reprodução assexuada, quando não ocorre junção de dois genomas diferentes, apenas a produção de seres idênticos.
Uma parte dos fungos apresentam comportamento parasita, ou seja, precisam de outros seres vivos para realizar parte de seu metabolismo. Existem ainda os parasitas oportunistas, que podem viver independentemente de outro organismo, mas também podem adquirir comportamentos parasitários.
Por falar em metabolismo, é importante citar que a digestão dos nutrientes no Reino Fungi ocorre em um processo de digestão extracorpórea. Isso significa que os seres excretam enzimas para fora de seus corpos, ali, a matéria orgânica é digerida e degrada em moléculas menores. A partir disso, os fungos absorvem os componentes que necessita para sua sobrevivência.
Estrutura dos fungos
A estrutura dos fungos depende, primeiramente, se eles são unicelulares ou pluricelulares. As leveduras, formas mais conhecidas do Reino Fungi, são as formas unicelulares mais importantes.
Grande parte dos fungos pluricelulares apresenta uma estrutura filamentosa, formada por células alongadas que formam os filamentos, chamados de hifas. Elas podem ser divididas em septos (pequenos compartimentos, como vários gomos de calabresa unidos), com comunicação entre eles, por onde passam nutrientes, água e organelas.
Alguns seres do Reino Fungi têm hifas contínuas, asseptadas ou cenocíticas. Nesse caso, não há comunicação entre as várias células por meio de septos. Observa-se que um grande citoplasma engloba vários núcleos e podem, obviamente, se comunicar nesse ambiente.
Se o fungo apresenta um comportamento parasitário, as hifas podem ser utilizadas para penetrar o hospedeiro e retirar dali as substâncias e nutrientes necessários para sobrevivência. Nesse caso, as hifas são chamadas de haustório.
Classificação no Reino Fungi
Zigomicetos
Os zigomicetos são representados pelo aspecto de pelinhos brancos que formam, como quando se desenvolvem bolores nas frutas. Esses organismos se desenvolvem em diferentes ambientes, se alimentando de matéria orgânica em decomposição ou parasitando outros animais.
Ascomicetos
Inclui organismos unicelulares ou pluricelulares de hifas septadas, como são o maior grupo de fungos estudado, se distribui por diferentes ecossistemas, climas e ambientes pela Terra. Dessa forma, o que une os organismos desse grupo é a formação dos ascos, uma estrutura reprodutiva em forma de taça, que produzem os esporos.
Como representantes, podemos falar sobre as leveduras, os bolores e as trufas. Inclusive, as leveduras apresentam-se como exceção, porque fazem reprodução assexuada também.
Basidiomicetos
São fungos de hifas septadas, com uma estrutura de reprodução característica, os basídios formadores de esporos, que dão nome à classe. Os principais representantes são os cogumelos e as orelhas-de-pau.
Quitridiomicetos
São organismos aquáticos, que podem viver também em solos úmidos. Se nutrem a partir de matéria orgânica em decomposição, com relações de parasitismo com alguns seres próprios do ambiente onde vivem, como algas, protozoários e outros fungos.
A estrutura é composta por hifas muito unidas, que conferem um aspecto de tecido para a organização. Essa formação é conhecida como micélio que, nos quitrídios, é cenocítico (sem septos).
Todos os fungos que não se encaixam em alguma das classificações acima e nem apresentam associação mutualística com plantas (micorrizas), são considerados Deuteromicetos.
Importância ecológica e econômica dos fungos
Os organismos do Reino Fungi são relevantes para a decomposição de matéria orgânica no ambiente. Ao lado das bactérias, participam da renovação de materiais e do ciclo do carbono. Assim, os nutrientes necessários para o desenvolvimento das plantas e processos autotróficos, que garantem a vida.
Ao mesmo tempo, a decomposição feita por esses seres pode ser prejudicial quando ataca alimentos, roupas e objetos que possuam matéria orgânica. Grande parte das substâncias conservantes que foram desenvolvidas busca driblar os processos efetuados por fungos, bactérias e outros organismos decompositores.
Em termos econômicos, os fungos aparecem, principalmente, na gastronomia e produção de bebidas.
Alguns queijos são famosos por odores e sabores característicos, o fato curioso é que essas propriedades são adquiridas a partir do metabolismo e crescimento de fungos. Os vinhos e cervejas são produzidos a partir da fermentação feita por leveduras, em diferentes produtos vegetais.
O fermento biológico, utilizado principalmente em padarias e massas em geral, utiliza leveduras que fazem fermentação. Nessa parte do metabolismo, os organismos liberam gás carbônico, que dá crescimento à massa e confere o aspecto aerado observado nos pães. Outro exemplo são o shiitake e o champignon, tipos famosos de cogumelos comestíveis, muito utilizados na culinária sofisticada.
A penicilina é um antibiótico que foi obtido quando um pesquisador percebeu que alguns fungos tinham a capacidade de matar bactérias. Desse ponto e com algumas manipulações químicas, o Reino Fungi tornou-se a base para a formulação de medicamentos.
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