Coesão e coerência na redação: saiba a importância dos elementos e suas características

Coesão e coerência na redação: saiba a importância dos elementos e suas características

Coesão e coerência na redação do Enem fazem parte da competência 4, que vela 200 pontos. Veja como treinar os elementos e dicas de uso

Coesão e coerência são elementos fundamentais para que um texto faça sentido e que a leitura seja agradável. Quando falamos de redação para vestibulares ou para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), os dois conceitos são analisados como critérios, ou seja, fazem parte da composição da nota final do conteúdo apresentado pelo candidato.

Para falarmos mais sobre os dois conceitos, suas diferenças e como eles são aplicados e se conectam em uma redação, entrevistamos Wagner Santos, professor de Português e Redação do Estratégia Vestibulares. Confira!

O que são coesão e coerência?

A coesão diz respeito à ordem sequencial e harmonia do texto entre os parágrafos e sentenças. As conexões entre os períodos são feitas através de conectivos, pronomes, artigos, preposições e advérbios, que funcionam como pontes para a sequência do artigo.

Já a coerência se refere a toda lógica do texto, ou seja, a mensagem que o autor pretende transmitir precisa fazer sentido para quem lê. Isso significa que os argumentos precisam ter explicações sólidas, as frases precisam estar bem amarradas e contradições devem ser evitadas.

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Wagner Santos explica a importância da coesão em uma redação. “Ela vai garantir que o texto seja mais fácil de ser lido, que não canse o leitor e que ele seja mais objetivo e direto. Diminui a possibilidade de enrolação e de falta de compreensão com relação ao texto, e vai fazer com que essa leitura seja mais fluida”.

“Além disso, quando se trabalha com construções semânticas das conjunções, temos a ideia de que se consegue fazer nexos lógicos entre os argumentos. Você vai fazer com que suas ideias estejam concatenadas, fazendo seu texto virar uma unidade”, pontua o professor.

Competência 4 do Enem

Uma das 5 competências do Enem aborda coesão e coerência. A competência 4 julga o “conhecimento dos mecanismos linguísticos para construir a argumentação” apresentada pelo candidato a respeito do tema solicitado para as redações da edição.

Cada competência do Enem vale 200 pontos, que soma, no total, a tão sonhada nota 1000. Para o candidato conquistar a pontuação máxima, é necessário, segundo o próprio exame, “Articular bem as partes do texto e apresentar repertório diversificado de recursos coesivos”.

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“A ideia é que seu texto apresente relações lógicas. Eles [os avaliadores] costumam olhar o início dos parágrafos e você precisa tentar variar o uso de conectivos. Não quer dizer usar conectivos que ninguém nunca usou, não é isso. É fazer com que suas ideias estejam conectadas”, explica Wagner sobre o que é pedido na competência. 

O professor ainda complementa sobre coesão e coerência no Enem. “O principal problema com relação à competência 4 é que, se você errar uma conjunção, você perde ponto e deixa de ser nível 5 [pontuação 200]. Então se você usar uma conjunção adversativa no seu segundo parágrafo de desenvolvimento, sua nota já cai quarenta pontos nessa competência.

Gênero dissertativo-argumentativo

Cada vestibular tem solicitações próprias do que quer ver na redação, mas o gênero mais comum é o dissertativo-argumentativo. O Enem, por exemplo, é um dos exames que solicitam esse tipo de texto em suas provas.  

Wagner Santos avalia o gênero como “sensacional” para analisar coesão e coerência. “Você tem uma tese e seus argumentos precisam ser coerentes com essa tese, da mesma forma que eles precisam ser coerentes entre eles. Ou seja, tem que ter uma continuidade”.

O professor exemplifica como essa coerência é notada pela banca. “Não adianta nada dizer em um parágrafo de desenvolvimento que o governo não investe na educação e no parágrafo seguinte dizer que, como há muito investimento do governo na educação, não temos problema”.

Um texto dissertativo-argumentativo precisa expor a opinião do candidato baseada em fatos e dados reais que sustentam o posicionamento aplicado no artigo. E toda essa construção precisa ser explicativa, trazer um caminho que faça sentido.

“A gente vai trabalhar sempre com a ideia da ligação entre as noções. Você tem a argumentação e ela vai ter, internamente, relações de concessão, de explicação, de causa e consequência, o que quer que seja, e elas precisam ser valorizadas. Esse é o melhor tipo de texto para analisar essa parte de coesão, principalmente”, complementa Wagner.

O mito dos conectivos

Há um tempo, foi criado um mito de que o Enem tinha um número médio de conectivos ideal para se usar nas redações. O professor esclarece essa situação e explica como os conectivos precisam ser inseridos na redação da prova.

“Com relação a quantidade específica de conectivos, na verdade não existe essa contagem. Tirando a introdução, todos os outros parágrafos devem ser iniciados por conjunção. Já dentro dos parágrafos vai depender muito de como a construção linguística vai se dar. Ventilaram isso durante um tempo com relação a correção do Enem mas é uma mentira”, comenta.

A gente valora a partir da relação de que as ideias precisam estar concatenadas de alguma forma, por meio de pausa — às vezes um ponto e vírgula pode servir como uma relação de significado — pode ser uma conjunção, pode ser um travessão… alguma coisa precisa ajudar na construção coesiva, mas não quer dizer que todo período precisa começar com um conectivo”, aponta o professor.

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Dicas para treinar a coesão e coerência na redação

Por fim, Wagner traz algumas dicas para treinar e melhorar a coesão e coerência de uma redação. Quem sabe a nota 1000 não vem por aí, hein? Mas, cuidado, não se apegue a modelos de redação que existem na internet

“Trabalhe com conjunções corretas, saiba qual é o valor daquela conjunção e não a utilize pura e simplesmente porque viu numa redação nota 1000 do Enem. Tem que saber o que ela significa, sempre trabalhando dessa forma”, explica o professor.

“Além disso, varie os elementos de retomada: pronomes demonstrativos, pronomes pessoais, sinônimos, sejam eles contextuais ou reais. Ou seja, varie a estratégia de coesão”, finaliza.

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