Em 1550, discorrendo sobre os indígenas da América e a relação que o europeu devia manter com eles, o jurista espanhol Sepulvera afirmou:
Aqueles que superam os outros em prudência e razão são os senhores; ao contrário, porém, os preguiçosos, os espíritos lentos, são por natureza servos. E é justo e útil que sejam servos. Pela própria lei divina, será sempre justo e conforme o direito natural que as nações bárbaras e desumanas, estranhas à vida civil e aos costumes pacíficos, estejam submetidas a príncipes e nações mais cultas e humanas, de modo que eles abandonem a barbárie e se conformem a uma vida mais humana e ao culto da virtude. E se eles recusarem esse domínio, pode-se impô-lo pelo meio das armas e essa guerra será justa, bem como o declara o direito natural que os homens honrados, inteligentes, virtuosos e humanos dominem aqueles que não têm essas virtudes.
Adaptado de: MORAES, José Geraldo Vinci de. Caminhos das civilizações. São Paulo: Atual, 1998. p. 179.
Esse discurso exemplifica idéias que