22 de julho
Tem hora que revolto com a vida atribulada que levo. E tem hora que me conformo. Conversei com uma senhora que cria uma menina de cor. É tão boa para a menina ... Lhe compra vestidos de alto preço. Eu disse:
- Antigamente eram os pretos que criava os brancos. Hoje são os brancos que criam os pretos.
A senhora disse que cria a menina desde 9 meses. E que a negrinha dorme com ela e que lhe chama de mãe.
(Carolina Maria de Jesus, Quarto de despejo: diário de uma favelada. São Paulo: Editora Ática, 1960, p. 30.)
Há o uso, no texto de Carolina Maria de Jesus, o uso frequente de oralidades e figuras de linguagens. Por vezes, essas figuras vêm de expressões cristalizadas no linguajar popular. A alternativa que apresenta uma atenuação de algum termo é: