a Dona Maria pode ser interpretada como uma referência a todas as mulheres simples que saem para trabalhar pela manhã bem cedo em serviços considerados de menor prestígio social, como diaristas, merendeiras, garis.

a repetição da expressão “só vem depois”, na segunda estrofe, sugere que Dona Maria, e todas(os) que ela representa, são de importância igual ou maior que o Sol, uma vez que o dia só amanhece se elas(es) forem trabalhar.

ao afirmar que São Paulo tem “Vietnã”, metaforicamente o autor faz referência ao serviço militar obrigatório de adolescentes do sexo masculino no Brasil, o que justifica a orientação da mãe para seu filho levar documento.

o autor ameniza a desigualdade social na música, o que é reforçado pelo título “A ordem natural das coisas”, cujo tema principal é o cotidiano da cidade de São Paulo, com trabalhadores indo de ônibus para seus trabalhos bem cedo.

o autor ironiza os sonhos da população mais vulnerável economicamente, como reformar um cômodo da casa, ao utilizar a palavra “farelos” em “Farelos de um sonho bobinho que a luz contorna”.