Questão
Universidade de Pernambuco - UPE
2011
Fase Única
VER HISTÓRICO DE RESPOSTAS
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AUTO DE SÃO LOURENÇO (Primeiro Ato)

(Cena do martírio de São Lourenço)

Bom Jesus, quando te vejo
Na cruz, por mim flagelado,
Eu por ti vivo e queimado
Mil vezes morrer desejo
Pois teu sangue redentor
Lavou minha culpa humana,
Arda eu, pois, nesta chama
Com fogo do teu amor.
O fogo do forte amor,
Ah, meu Deus!, com que me amas
Mais me consome que as chamas
E brasas, com seu calor.
Pois teu amor, pelo meu,
Tais prodígios consumou,
Que eu, nas brasas onde estou,
Morro de amor pelo teu.

ANCHIETA, José. O auto de São Lourenço. Trad. Walmyr Ayala. Rio de Janeiro: Ediouro. s.d. p. 110.

Considerando a leitura do Primeiro Ato do Auto de São Lourenço, escrito por José de Anchieta, analise as afirmativas a seguir:

I. São Lourenço tem convicção de que seu sacrifício vale a pena, por ser esse um forte compromisso religioso, portanto uma prova viva e contundente de amor a Deus, o que se confirma no verso “Mil vezes morrer desejo”.

II. O eu lírico demonstra não ter consciência da importância do “Bom Jesus” para a sua vida e para a vida de seu povo. Isso fica claro nos versos “Eu por ti vivo e queimado/ Mil vezes morrer desejo”.

III. O Auto de São Lourenço foi escrito por Anchieta, visando à difusão dos preceitos da religião católica, tendo em vista que uma das principais missões dos jesuítas no Brasil era a catequese dos povos indígenas brasileiros.

IV. São Lourenço, quando de seu sacrifício a Deus, demonstra um profundo sentimento de alegria, objetivando, com isso, impressionar os povos indígenas brasileiros e ensiná-los como temer as ordens divinas.

V. Há elementos representativos da linguagem conotativa e, embora esse auto de Anchieta, de função claramente religiosa, não tenha um esquema de rimas tradicionais como o soneto, observa-se que nele há um ritmo cadenciado nos versos

Está CORRETO o que se afirma em
A
I, II e III.
B
I, III e V.
C
II, III e IV.
D
II, III e V.
E
III, IV e V.