O AUTORRETRATO
No retrato que me faço
– traço a traço –
Às vezes me pinto nuvem,
Às vezes me pinto árvore...
Às vezes me pinto coisas
De que nem tenho mais lembrança...
Ou coisas que não existem
Mas que um dia existirão...
E, desta lida, em que me busco
– pouco a pouco –
Minha eterna semelhança.
No final, que restará?
Um desenho de criança...
Corrigido por um louco!
Mário Quintana. In: Apontamentos de história sobrenatural. São Paulo: Globo. Elena Quintana.
A linguagem desempenha determinada função, de acordo com a ênfase que se queira dar a cada um dos componentes do ato de comunicação. Nesse poema, temos o predomínio da função emotiva, pois o(a)