a ocupação de Portugal não mais proporcionava condições materiais e práticas para a manutenção do pacto colonial. O Brasil, nova sede da dinastia de Avis, passaria a manter relações imediatas e diretas com todos os países europeus, especialmente com a França e Inglaterra, além dos Estados Unidos.

D. João, mesmo forçado a transferir-se para o Brasil em uma época de decadência das  ideias revolucionárias no Velho e no Novo Mundo, percebeu a necessidade de acelerar o processo de industrialização brasileiro, e implantou a Tarifa Alves Branco, visando ao apoio político dos comerciantes da colônia.

a abertura dos portos veio solucionar um grave problema da economia inglesa que, sofrendo os efeitos do Bloqueio Continental decretado por Bonaparte, via seus estoques de produtos primários aumentarem desde 1806, sem dispor de mercados suficientes para colocá-­los. A partir de 1808, o Brasil representaria uma grande válvula de escape, aliviando as pressões  da crise de subconsumo.

além de encerrar as tensões diplomáticas entre Londres e Lisboa, tendo em vista os protestos lusitanos em relação à prática do contrabando adotada pelos ingleses, a abertura dos portos materializou uma das condições impostas pelos britânicos para que sua esquadra proporcionasse segurança quando da transmigração dos governantes portugueses.

a abertura dos portos ia ao encontro da filosofia do colonialismo mercantilista, afeito ao liberalismo econômico. Prova de tal princípio pode ser verificada nas taxações de 15% para os produtos ingleses, 16% para os produtos portugueses e 24% para os produtos das demais nações amigas, taxações essas que foram retificadas nos Tratados de Aliança, Comércio e Navegação, em 19 de fevereiro de 1810.