Acompanhe o Soneto 11 de “Marília de Dirceu”.
Com pesadas cadeias manietado,
Às vozes da razão ensurdecido,
Dos céus, de mim, dos homens esquecido,
Me vi de amor nas trevas sepultado.
Ali aliviava o meu cuidado
C’o dar de quando em quando algum gemido.
Ah! tempo! Que, somente refletido,
Me fazes entre as ditas desgraçado.
Assim vivia, quando a falsidade
De Laura me tornou num breve dia
Quanto a razão não pôde em longa idade:
Quebrei o vil grilhão que me oprimia!
Oh! feliz de quem goza a liberdade,
Bem que venha por mãos da aleivosia!
GONZAGA, Tomás Antônio. Marília de Dirceu & Cartas chilenas. São Paulo: Ática, 2012 (p. 38-39).
Na progressão lógica até a chave de ouro, tem-se uma construção que