Aldeias inteiras foram dizimadas e, em algumas regiões, a taxa de mortalidade chegou a 30%. O campo ucraniano, lar da "terra negra", algumas das terras mais férteis do mundo, foi reduzido a um deserto silencioso. Cidades e estradas ficaram repletas de cadáveres daqueles que deixaram suas aldeias em busca de comida, mas morreram ao longo da jornada. Houve relatos generalizados de canibalismo. Em 2013, a ucraniana Nina Karpenko, então como 87 anos, contou, em entrevista à BBC, como conseguiu sobreviver. "Um pouco de fubá barato, palha de trigo, folhas secas de urtiga e outras ervas daninhas" — essa era a essência da vida durante o terrível inverno e o início da primavera na Ucrânia. Quando as aulas recomeçaram no outono seguinte, dois terços das carteiras estavam vazias, segundo Karpenko. Seus colegas de classe haviam morrido”.
(BBC, fev/2022. Adaptado)
O evento histórico a que o trecho da reportagem se refere e a que o relato da senhora ucraniana rememora está diretamente relacionado