Questão
Universidade Estadual de Goiás - UEG
2011
1ª Fase
Alexandria-Egito-foi3541a5c3a4c
Alexandria, no Egito, foi fundada por Alexandre, o Grande, em 331 a.C. Quinto Cúrcio Rufo, historiador romano, escreveu que a fundação ocorreu imediatamente depois da visita de Alexandre ao santuário do deus egípcio Amon, onde o sacerdote chamou Alexandre de “filho de Júpiter”. Nesse estado de graça recém-adquirido, Alexandre escolheu para sua nova cidade a faixa de terra entre o lago Mareotis e o mar e mandou que os habitantes das cidades vizinhas migrassem para a nova metrópole. Rufo escreveu: “Há um relato segundo o qual, depois de o rei ter cumprido o costume macedônio de marcar com cevada os limites circulares dos muros da futura cidade, bandos de pássaros pousaram e comeram a cevada. Muitos viram nisso um presságio desfavorável, mas o veredicto dos videntes foi que a cidade teria uma grande população de imigrantes e proporcionaria os meios de subsistência a muitos países. Gente de muitos países realmente acorreu à nova capital, mas foi um tipo diferente de imigração que acabou tornando Alexandria famosa. Na época da morte de Alexandre, em 323 a.C., a cidade já se tornara o que chamaríamos hoje de uma “sociedade multicultural”, dividida em politeumata, ou corporações baseadas na nacionalidade. Desses grupos, depois dos nativos egípcios o mais importante era o dos gregos, para quem a palavra escrita se tornara um símbolo de sabedoria e poder. “Aqueles que podem ler, vêem duas vezes melhor”, escreveu o poeta ático Menandro no século IV a.C.
Embora os egípcios tivessem uma tradição de registrar por escrito boa parte de seus assuntos administrativos, foi provavelmente a influência dos gregos, os quais acreditavam que a sociedade requeria um registro escrito preciso e sistemático de suas transações, que transformou Alexandria num estado altamente burocrático. Há exemplos de documentos para todo tipo de tarefa, não importa quão pequena fosse. Uma volúpia por papel não implica amor aos livros, mas a familiaridade com a palavra escrita sem dúvida acostumava os cidadãos de Alexandria ao ato de ler.

MANGUEL, Alberto. Uma história da leitura. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. p. 215-216. (Adaptado).

No texto utilizado, marcadamente informativo, para dar maior credibilidade às informações que apresenta, o autor
A
critica a burocracia do Egito Antigo, caracterizada pelo costume de se registrar em documentos até mesmo as atividades mais banais do dia a dia.
B
faz referência a elementos da religiosidade egípcia, tendo em vista que o Egito Antigo tinha a religião como elemento de grande importância.
C
faz um elogio à leitura e à escrita, cuja disseminação no Egito fez desse povo um dos mais desenvolvidos da Antiguidade.
D
usa o recurso da intertextualidade, ao inserir o discurso de outros autores, o que é marcado linguisticamente pelas aspas.