
Alice Seeley Harris foi a fotógrafa que, em 1904, no Congo sob domínio da Bélgica, após presenciar a entrega em folha de bananeiras da mão e do pé de Boali (em destaque no círculo), criança de cinco anos torturada e morta junto com a mãe, para o pai, Nsala de Wala, pediu para fotografar a triste cena. No livro Do not call me lady: The journey of lady Alice Seeley Harris, organizado por Judy Pollard Smith, é relatado que Nsala não atingiu a cota diária de extração de borracha e por isso teve sua família destruída. A autora concluiu: “Toda essa sujeira ocorreu porque um homem, um homem que vivia a milhares de quilômetros do outro lado do mar, um homem que não conseguia ficar rico o suficiente, havia decretado que esta terra era dele e que essas pessoas deveriam servir à sua própria ganância. Leopoldo [rei da Bélgica] não havia pensado na ideia de que essas crianças africanas, esses homens e mulheres, eram nossos irmãos totalmente humanos, criados igualmente pela mesma Mão que criou sua própria linhagem de realeza europeia”.
A) Que processos geopolíticos, ocorridos no continente africano, a imagem e a conclusão de Alice Seeley Harris ilustram? Explique esses processos.
B) Quais são as consequências sociais, políticas e econômicas desses processos para o continente africano nos séculos XX e XXI?