Trecho I
Na batalha de Tuiuty, em 24 de maio de 1865, eram 35.000 aliados contra 23.000 homens de López: as baixas foram de 12.000 paraguaios (morreram cerca de 6.000 paraguaios) e 3.000 brasileiros. Em setembro do mesmo ano, Mitre tentou tomar de assalto a fortaleza de Curupaity, sem sucesso, o maior desastre de toda a campanha aliada, quando perderam as esperanças de tomar a capital em curto prazo: morreram apenas 100 paraguaios contra 9.000 dos aliados. Só em 1868 os paraguaios começam a ceder, após cair Curupaity e Humaitá. Em conjunto, embora variem muito as estimativas, pode-se dizer que o Paraguai tinha no início da Guerra quase 800 mil habitantes. Morreram cerca de 600 mil, restando uma população de menos de 200 mil pessoas, das quais apenas cerca de 15.000 era do sexo masculino e, destes, cerca de 2/3 tinham menos de 10 anos de idade. Do lado dos aliados, também registram-se tragédias: a Coluna dos Voluntários da Pátria que partiu do Rio de Janeiro em abril de 1865, com cerca de 3.000 homens, levou dois anos para percorrer 2.112 quilômetros. No trajeto, 1/3 do contingente se perdeu devido a febres e fome. No final, após Laguna, foi ainda atacado por uma epidemia de cólera. Na campanha das cordilheiras morreram 5.000 soldados paraguaios, o que é muito se nos lembrarmos que o exército reorganizado pelo conde d’Eu, o genro de Pedro II, era de 31.000 homens.
MOTA, Carlos G. “História de um silêncio: a guerra contra o Paraguai (1864-1870) 130 anos depois”. Estudos Avançados, São Paulo, v. 9, n. 24, p. 254, 1995.
Trecho II
O restante dos índios que resistiram à conquista branca foram empurrados para a fronteira desta conquista. Apenas no norte da bacia do Prata os povoados indígenas permaneceram sólidos, e o guarani, ao invés de português ou espanhol, permaneceu como o idioma de facto para comunicação entre nativos e colonos.
HOBSBAWM, Eric. A Era do Capital, 1848-1875. Rio de Janeiro, 1979, p. 96.
Fonte I
Parte do motivo pelo qual a Guerra do Paraguai — ou Guerra da Tríplice Aliança — foi tão sangrenta foi o pacto que Argentina, Brasil e Uruguai fizeram para não encerrar o conflito até que Solano López fosse morto (o que ocorreu em 1º de março de 1870). Isso fez com que a guerra se estendesse mesmo depois de o Paraguai ter sido invadido e arrasado, graças à enorme disparidade entre o tamanho e o poder de fogo entre as forças aliadas e as paraguaias. Segundo o historiador paraguaio Fabián Chamorro, o dado mais “estremecedor” da guerra foi que a maioria das vítimas paraguaias não eram soldados (que eram cerca de 90 mil), mas sim a população civil, incluindo meninos, velhos e mulheres. Milhares de meninos e adolescentes também morreram nas frentes de batalha, já que, diante do extermínio de suas tropas, Solano López começou a recrutar soldados cada vez mais jovens. A historiadora alemã Barbara Potthast, que investigou em profundidade a Guerra do Paraguai, disse à BBC News Mundo, o serviço em espanhol da BBC, que esses meninos e jovens haviam atuado como “uma barreira humana para que o exército (inimigo) não avançasse”. O caso mais tristemente célebre foi o da batalha de Campo Grande (ou Acosta Ñu, para os paraguaios), em 16 de agosto de 1869, na qual cerca de 20 mil soldados brasileiros lutaram contra aproximadamente 3.500 menores paraguaios, que morreram em sua maioria. Por causa dessa batalha, o Dia da Criança no Paraguai se celebra em 16 de agosto.
SMINK, “Veronica. 150 anos do fim da Guerra do Paraguai: a história do conflito armado mais sangrento da América Latina”. BBC. 02 mar. 2020. Disponível em: https://www.bbc.com/por-tuguese/brasil-51693818 Acesso em: 10 dez. 2020.
Fonte II
Paraguaios! Corram para a glória
E encham tua pátria de honra
Escrevendo, ao lutar, na história
Novas marcas de nobre coragem.
TAVARES, Natalicio de María. “Himno Patrio”. In: TISSERA, Ana. Historia, poética y doctrina: los himnos nacionales de Paraguay. La Colmena, México, n. 97, p. 81, 2018.
Ao analisarmos a historicidade em que se inclui a intitulada Guerra do Paraguai é CORRETO afirmar que