No período “perante as ondas mais altas que ele” (linha 5), quanto à flexão de grau, diz-se que há grau superlativo absoluto analítico, pois, pode-se passar a expressão para o superlativo absoluto sintético — altíssimas, sem que ocorra desvio gramatical.

Da leitura da crônica, infere-se que o cronista estabelece um paralelo, levando o leitor a refletir entre a solidão do oceano e a solidão urbana, estabelecendo conceitos geométricos entre os dois pólos - mundo oblíquo do mar e o mundo quadriculado da cidade. 

Quanto à função da linguagem, sabe-se que um texto pode apresentar uma ou mais funções, assim na crônica de Rubem Braga, paralelamente, ocorrem duas funções: a função emotiva ou expressiva e a função metalinguística, revelando uma relação ambígua de integração e de distanciamento. 

A leitura da crônica acentuada pela estrutura “O homem só na praia, perante as ondas mais altas que ele, esse é de uma fraqueza patética” (linhas 5 e 6) reforça o distanciamento do homem em relação à natureza, viés que o autor busca retratar como tema central na sua crônica. 

Os sintagmas “esse é de uma fraqueza patética” (linha 6), “uma ilusão de que não se desloca fora” (linha 12), “empurrando-o pelas costas ou batendo-lhe a cara” (linha 14), “se deixa levar” (linha 15) e “sua marcha mais banal” (linha 17) contribuem para levar o leitor à construção de um clima de rememorações, reminiscências do passado frente a um presente frustrante, contribuindo para o clímax caricato.