Distanciando-se de Kant, a ética do discurso abstrai das consequências e dos efeitos colaterais que possam surgir das decisões tomadas no âmbito moral. O afastamento da Mafalda do globo mostra essa fuga expressa pela teoria.

A ética do discurso tem como propósito recolocar o problema ético no debate filosófico diante de questões como o problema da degradação ambiental, amparado nos pressupostos da própria linguagem em uma perspectiva intersubjetiva.

Como teoria ética, a ética do discurso parte do pressuposto de que elementos concretos da vida, a exemplo dos interesses dos participantes, devem ser excluídos do debate, preservando, assim, a essência pura da discussão sobre o planeta e a forma como ele tem sido tratado.

Em sintonia com a ética kantiana, a personagem Mafalda quer preservar a estrita observância do puro dever moral defendido pela ética do discurso ao afastar-se do globo e dos problemas decorrentes da forma temerosa com que os homens cuidam do planeta.

A ética do discurso fornece um conjunto de condutas empíricas para fazer frente aos problemas causados pelos trabalhadores que, de forma irresponsável, descuidam do planeta nas suas atividades laborais.