Após a leitura, responda à questão.
O Cão-Tinhoso olhava-me com força. Os seus olhos azuis não tinham brilho nenhum, mas eram enormes e estavam cheios de lágrimas que lhe escorriam pelo focinho. Metiam medo aqueles olhos, assim tão grandes, a olhar como uma pessoa a pedir qualquer coisa sem querer dizer. Quando eu olhava agora para dentro deles, sentia um peso muito maior do que quando tinha a corda a tremer de tão esticada, com os ossos a querer fugir da minha mão e com os latidos que saíam a chiar, afogados na boca fechada. [...]
A minha Ponto 22 de Um Tiro estava com um peso danado, e por isso o Cão-Tinhoso fartava-se de dançar no ponto de mira. Só os olhos dele é que não se mexiam nada e olhavam sempre para mim. Comecei a puxar o gatilho muito devagar.
HONWANA, L. B. Nós matamos o Cão-Tinhoso. Porto: Afrontamento, 2000 (adaptado).
No conto moçambicano “Nós matamos o cão tinhoso!”, publicado em 1964, a ação descrita por parte do narrador-protagonista faz com que ele