Aqui está a receita: para acabar com as guerras, só mesmo a própria guerra. Nada como uma boa dose dessa experiência traumática para o mundo aprender que a paz, afinal, é o melhor negócio. Bom, pelo menos era o que alguns dos nossos antepassados achavam quando estourou a 1ª Guerra Mundial. Veio o conflito mais sangrento da história até então e, apenas 20 anos depois, estourava outra guerra, ainda mais arrasadora. O “remédio” se mostrou inócuo. É assim desde o início dos tempos: basta as coisas se acalmarem um pouco para os países voltarem a resolver seus problemas na pancada. Em julho de 2006, o alerta vermelho voltou a acender. Os conflitos no Líbano dispararam uma reação em cadeia que ainda pode incendiar vários cantos do planeta. A popularidade do Ocidente entra em queda livre no mundo árabe, enquanto a de extremistas atinge níveis inéditos. A milícia fundamentalista Hezbollah já disputa a preferência do povo com a sunita Al Qaeda. Massas saíram às ruas do Egito e da Arábia Saudita em apoio ao Hezbollah, embora os governos de Cairo e Riad também sejam alvo de suicidas. O governo inglês diz que há mais de 20 células terroristas prontas para atuar em seu território. O presidente iraniano fala abertamente em varrer Israel do mapa. Para completar, a Turquia já não esconde sua intenção de invadir o norte do Iraque para desmantelar bases de terroristas curdos. Afegãos acusam os paquistaneses de dar abrigo a membros do Talibã e os confrontos entre os dois lados são cada vez mais freqüentes. A Índia acusa o Paquistão por atentados e fala em retaliação — briga de cachorros grandes, com bombas atômicas no lugar dos dentes. (VERSIGNASSE; BURGEIMAN, 2006, p. 53-54).
Em relação ao contexto das guerras, referido no texto, é correto afirmar: