“Assim o amigo que volta de longe vem rico de muitas coisas e sua conversa é prodigiosa de riqueza; nós também despejamos nosso saco de emoções e novidades; mas para um sentir a mão do outro precisam se agarrar ambos a qualquer velha besteira: você se lembra daquela tarde em que tomamos cachaça num café que tinha naquela rua e estava lá uma loura que dizia etc., etc. Então já não se trata mais de amizade, porém de necrológio. Sentimos perfeitamente que estamos falando de dois outros sujeitos, que, por sinal, já faleceram – e eram nós.”
Fonte: BRAGA, Rubem. 200 crônicas escolhidas. Rio de Janeiro: Record, 1992. p.123.
Leia o Texto, analise as proposições e assinale no cartão-resposta a soma da(s) CORRETA(S).
01. A norma padrão da língua portuguesa rejeita o uso de ter com sentido de existir, prescrevendo o uso de haver. Portanto, se fossem seguidos os ditames da norma padrão, no trecho “num café que tinha naquela rua, a forma do verbo “tinha” deveria ser trocada por “havia”.
02. O verbo “precisam”, assinalado no texto, está grafado da forma correta quanto à concordância verbal, uma vez que concorda com o sujeito “ambos”.
04. Se, no trecho “já não se trata mais de amizade”, o vocábulo sublinhado fosse substituído por amores, deveria haver alteração de número no verbo, e o trecho ficaria assim “já não se tratam mais de amores”.
08. Em “Assim o amigo que volta de longe”, o termo destacado é classificado como conjunção integrante.
16. A palavra “vendola” apresenta-se dividida nos seguintes morfemas: vend- (radical); -ola (sufixo que indica diminutivo).
32. No trecho “dois outros sujeitos que, por sinal, já faleceram – e eram nós’, o verbo grifado concorda com o sujeito “dois outros sujeitos.