“Até o fim de seus dias, Gavrilo Princip, o assassino do arquiduque Francisco Fernando, não conseguiu acreditar que sua minúscula iniciativa tivesse ateado fogo ao mundo. A crise final de 1914 foi tão completamente inesperada, tão traumática e, vista retrospectivamente, tão persistente porque foi essencialmente um incidente na política austríaca que exigia, na opinião de Viena, que se desse uma lição na Sérvia. A atmosfera internacional parecia calma. Nenhum ministério das relações exteriores esperava problemas em junho de 1914, e personalidades públicas há décadas eram assassinadas com uma certa frequência. Em princípio, ninguém se preocupou com o fato de uma grande nação intervir pesadamente num vizinho pequeno e problemático. Desde então cerca de cinco mil livros foram escritos para explicar o aparentemente inexplicável: como dentro de pouco mais de cinco semanas após Sarajevo, a Europa se encontrava em guerra.”
HOBSBAWM, Eric J. A era dos impérios (1875-1914). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988, p. 446. Adaptado.
O contexto precedente à Primeira Guerra Mundial descrito pelo texto contribuiu para a eclosão do conflito armado, pois