Atente para o excerto de um texto publicado na Revista do Instituto do Ceará, ano III, 1889, pg. 48-49, pelo historiador cearense João Brígido.
“[...] Marchava para o suplício, cujo campo estava ocupado por multidão, ávida de espetáculos, sacrilegamente curiosa. Muitas crianças se haviam trepado em um cajueiro para melhor saborear aquela transição da vida para o nada. Ao peso, quebraram-se os galhos da árvore, e caíram todos. O padre Gonçalo riu-se!
Por vezes lhe vendaram os olhos, para não ver apontar os fuzis; ele porém se desvendava, e encarava os matadores. Atirem aqui, lhes bradou por último, pondo a mão sobre o coração! Seis balas lhe vararam o peito, três dedos lhe destacaram da mão, caindo na terra! Respeitaram-no os assassinos, que a lei da ocasião tinha armado. Não lhe despejaram sobre a cabeça o tiro reservado às vítimas palpitantes, o qual as desfigurava. Não houve quem chamasse os cães para lhe dragarem os miolões, como a seus companheiros!”
O suplício e a execução do Padre Gonçalo Ignácio de Loyola Albuquerque de Mello Mororó, na Praça dos Mártires, antigo Passeio Público, no dia 30 de abril de 1825, ocorreu dentro do contexto histórico que envolveu