Questão
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
2010
Fase Única
VER HISTÓRICO DE RESPOSTAS
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Baleia queria dormir. Acordaria feliz, num mundo cheio de preás. E lamberia as mãos de Fabiano, um Fabiano enorme. As crianças se espojariam com ela, rolariam com ela num pátio enorme, num chiqueiro enorme. O mundo ficaria todo cheio de preás, gordos, enormes. 

RAMOS, Graciliano. Vidas secas, p. 91.

Morreu na esteirinha rota, abandonada de todos, como um gato sem dono. Jamais, entretanto, ninguém morreu com maior beleza. O delírio rodeou-a de bonecas, todas louras, de olhos azuis. E de anjos... E bonecas e anjos remoinhavam-lhe em torno, numa farândola do céu. Sentia-se agarrada por aquelas mãozinhas de louça – abraçada, rodopiada. 

LOBATO, Monteiro. Negrinha, p. 25.

Nesses trechos, narra-se, o momento da morte, respectivamente, das personagens Baleia e Negrinha. Em cada um deles, o narrador
A
reforça o caráter absurdo do comportamento das personagens, consideradas inferiores e anormais.
B
mostra o contraste entre a morte dos privilegiados e a dos desvalidos socialmente, com ênfase na crítica social.
C
utiliza o delírio como forma de anular a dor da morte, intensificando o tom trágico das narrativas.
D
apresenta possibilidades de situações felizes para as personagens, em contraste com a vida sofrida que tiveram.