Barulho
Todo poema é feito de ar
apenas:
a mão do poeta
não rasga a madeira
não fere
o metal
a pedra
não tinge de azul
os dedos
quando escreve manhã
ou brisa
ou blusa
de mulher
O poema
é sem matéria palpável
tudo
o que há nele
é barulho
quando rumoreja
ao sopro da leitura.
GULLAR, Ferreira. Barulho. In. Poesia sempre. Rio de Janeiro: José Olympio, 2003.
Sabendo que a organização da linguagem ocorre de acordo com os objetivos do emissor da mensagem, a partir do texto Barulho, podemos declarar que o poema