O Brasil custou a ganhar o primeiro papel no teatro da expansão ultramarina de Portugal. Útil, promissora, mas não essencial, a posse do Novo Mundo não foi durante todo o século XVI, e nem nos inícios do século seguinte, a principal arma econômica ou simbólica a sustentar a potência portuguesa. Ainda em 1648, o padre Antônio Vieira escreveu um arrazoado a pedido de D. João IV em que aconselhava a entrega de Pernambuco aos holandeses visando a preservação do Estado da Índia portuguesa, pela ‘pouca consideração que tem Pernambuco com tudo isto’, diante do que se tinha na Ásia: a conversão de ‘tantos reinos e impérios regados com o sangue de tantos mártires’ (...)”.
(Adaptado de: DORÉ, Andréa. Antes de existir o Brasil: os portugueses na Índia, entre estratégias da Coroa e táticas individuais. História (São Paulo), v. 28, n. 1, 2009, p. 169-189)
A expansão ultramarina de Portugal deve ser compreendida no contexto