O Brasil era, na segunda metade do século XIX, um dos poucos países onde ainda havia escravos. Mas, nessa época, a escravidão passara a ser identificada com ignorância e atraso e a emancipação, com progresso e civilização. Na década de 1880, grande número de proprietários de escravos tinha encontrado fontes alternativas de mão de obra. Com o passar do tempo, o grupo dos que se opunham a qualquer mudança tornara-se cada vez menor. Haviam surgido na sociedade grupos menos vinculados à escravidão e mais inclinados a dar ouvidos à propaganda abolicionista. Para os intelectuais, o abolicionismo foi fonte de inspiração. Para os políticos, um instrumento de ascensão política. O abolicionismo deu ao intelectual um público e ao político, um eleitorado.
(Emília Viotti da Costa. A abolição, 2008. Adaptado.)
A autora considera as mudanças ocorridas na sociedade brasileira como fatores essenciais para o surgimento e a expansão da campanha abolicionista no Brasil. As modificações abrangiam