Questão
Universidade de Fortaleza - UNIFOR
2018
1ª Fase
VER HISTÓRICO DE RESPOSTAS
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A CORUJA E A ÁGUIA

Coruja e águia, depois de muita briga resolveram fazer as pazes.

—Basta de guerra — disse a coruja.

—O mundo é grande, e tolice maior que o mundo é andarmos a comer os filhotes uma da outra.

—Perfeitamente — respondeu a águia — Também eu não quero outra coisa.

—Nesse caso combinemos isso: de agora em diante não comerás nunca os meus filhotes.

—Muito bem. Mas como posso distinguir os teus filhotes?

—Coisa fácil. Sempre que encontrares uns borrachos lindos, bem-feitinhos de corpo, alegres, cheios de uma graça especial, que não existe em filhote de nenhuma outra ave, já sabes, são os meus.

—Está feito! — Concluiu a águia.

Dias depois, andando a caça, a águia encontrou um ninho com três monstrengos dentro, que piavam de bico muito aberto.

—Horríveis bichos! — disse ela. — Vê-se logo que não são os filhos da coruja.

E comeu-os.

Mas eram os filhos da coruja. Ao regressar a toca, a triste mãe chorou amargamente o desastre e foi ajustar contas com a rainha das aves.

—Quê? — disse esta admirada. — Eram teus filhos aqueles monstrenguinhos? Pois, olha não se pareciam nada com o retrato que deles me fizeste...

Moral da história: Para retrato de alho ninguém acredite em pintor pai. Já diz o ditado: quem ama o feio, bonito lhe parece.

(Monteiro Lobato)

De acordo com a fábula, a estratégia de argumentação da coruja foi
A
racional, através da constatação dos fatos.
B
baseada na comoção pelos sentimentos da águia.
C
uma ameaça a águia de que também poderia comer os filhotes dela.
D
de dizer que os filhotes da águia não eram bonnos.
E
desestabilidade da confiança da águia mostrando também sua força.