Cabra da peste
Eu sou de uma terra que o povo padece
Mas nunca esmorece, procura vencê,
Da terra adorada, que a bela caboca
De riso na boca zomba no sofrê.
Não nego meu sangue, não nego meu nome,
Olho para fome e pergunto: o que há?
Eu sou brasilêro fio do Nordeste,
Sou cabra da peste, sou do Ceará.
Tem munta beleza minha boa terra,
Derne o vale à serra, da serra ao sertão.
Por ela eu me acabo, dou a própria vida,
É terra querida do meu coração.
ASSARÉ, Patativa do. Cabra da peste. Disponível em: <http://patativa.gnumerica.org/sito/poesie/03.php>. Acesso em: 13 maio 2018 (adaptado).
No que diz respeito ao TEXTO, julgue as assertivas abaixo e, em seguida, assinale a alternativa CORRETA.
I. Por retratar uma situação comum no cotidiano e ser escrito em prosa, é correto que o texto seja caracterizado como uma crônica.
II. No fragmento “Olho para fome e pergunto: o que há?” (linha 6), os dois-pontos são utilizados para introduzir uma fala.
III. No trecho “Por ela eu me acabo” (linha 11), o termo sublinhado retoma “a bela caboca” (linha 3).
IV. Prevalece o uso da variedade culta da língua portuguesa no texto em análise.
V. Em “Eu sou de uma terra que o povo padece/Mas nunca esmorece” (linhas 1 e 2), a conjunção sublinhada introduz uma oração que estabelece uma oposição em relação à anterior.
Estão CORRETAS, apenas, as proposições