Em A Câmara Clara: Nota sobre a Fotografia, Roland Barthes investiga, como espectador e não como fotógrafo, a estrutura da fotografia como sistema, como código: a linguagem fotográfica, portanto. E aponta um paradoxo: a imagem fotográfica é uma cópia do real e uma ficção. No que se refere à “emoção” de sujeito olhado e de sujeito que olha uma foto-retrato, o autor argumenta: “diante da objetiva, faço pose; então, sou, ao mesmo tempo, aquele que eu me julgo, aquele que eu gostaria que me julgassem, aquele que o fotógrafo me julga e aquele de que ele se serve para exibir sua arte. Assim, a fotografia é o advento de mim mesmo como outro, uma dissociação astuciosa da consciência de identidade; a fotografia transforma o sujeito em objeto.”
Roland Barthes. A câmara clara: nota sobre a fotografia. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, p. 22-3 (com adaptações).
Com base no que está proposto acerca de retrato/fotografia no trecho acima, redija um texto, na modalidade padrão da língua portuguesa, apresentando sua visão sobre a seguinte questão: um rosto na foto-retrato — realidade ou ficção?