Cinema da retomada é a expressão usada para designar o cinema feito no Brasil entre 1995 e 2002, quando, após um período de quase estagnação, a estruturação de um sistema de incentivos fiscais favorece uma nova fase de fomento à produção cinematográfica. (...)
O filme que marca o início da retomada é Carlota Joaquina: Princesa do Brazil, da cineasta Carla Camurati (1960), que estreia em janeiro de 1995. Com seu sucesso comercial, e graças à estrutura de incentivos que se consolida, uma nova onda de investimentos possibilita a produção de obras cinematográficas, passando à média de 20 filmes por ano.
A retomada não se caracteriza por um projeto unificado de cinema: seus temas e linguagens são diversos. Há, no período, os filmes que se inspiram em episódios históricos e adaptações literárias, como O Quatrilho (1995), Guerra de Canudos (1996) e Memórias Póstumas (2001), e também as narrativas centradas em trajetórias individuais, em que é comum a figura dos personagens-mediadores, como Luíza, de Guerra de Canudos, Dora, de Central do Brasil (1998), e Buscapé, de Cidade de Deus (2002). Essas marcas têm relação com o modo de produção e consumo do cinema no período: na origem do projeto, há a aprovação por parte da empresa patrocinadora, o que leva muitos realizadores a apostar em projetos “representativos” da história e da cultura do país. Além disso, os filmes dialogam com o público de classe média, que frequenta o circuito comercial de shoppings e cinemas-bistrô, que compõem o contexto de exibição, sendo um mediador importante para estabelecer um elo de ligação entre a realidade (histórica, social) que se apresenta e esse público. A principal marca do período, no entanto, é o fato de a maioria das produções ser apoiada por recursos incentivados, ou seja, descontados dos impostos a arrecadar de grandes empresas.
(Disponível em <https://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3742/cinema-da-retomada> Acesso em 11 ago. 2021)
De acordo com o texto, pode-se afirmar que o Cinema da Retomada é