Questão
Instituto de Ensino e Pesquisa - INSPER
2016
Fase Única
Coitada-Norma-ta-culta247741ac7c0
Coitada da Norma, tão culta…

– E a Norma, hein?

– O que é que tem?

– Você não soube? Anda mal falada.

– A Norma? Depois de velha? Mas ela é tão culta!

– Pois é. E com aquela pose toda, a mania de ditar regrinhas de bom comportamento, de corrigir todo mundo…

– Mas o que foi que aconteceu?

– Ora, o que aconteceu é que caiu a máscara da madame, né? Descobriram finalmente como ela é autoritária, elitista e preconceituosa. E pior, arbitrária, totalmente desconectada da realidade.

– Puxa, eu sempre achei a Norma tão correta…

– Correta demais, aí é que está. Era para desconfiar, acho que demorou. Parece que até aqueles amigos que ela se orgulhava de ter no ministério andam virando a cara para ela.

– Ah, coitada. Eu sinto pena.

– Pois eu acho ótimo. Nunca fiquei à vontade na presença da dona, sabia? Muitas vezes aconteceu de eu ter alguma coisa importante para falar e ficar com medo. Preferia nem abrir a boca.

– Isso é verdade, a Norma sempre foi difícil.

– Tá vendo? Nem você, que é meio puxa‐saco, está disposto a defender a megera!

– Estou sim, defendo sim. E você? Fica aí esculachando, mas até que está se expressando direitinho, do jeito que ela gosta.

– Eu?

– Você.

– Ah, você não viu nada, meu amigo. A gente vamos barbarizar!

Disponível em: http://veja.abril.com.br/blog/sobre‐palavras/cronica/coitada‐da‐norma‐tao‐culta‐2/. Acesso em 03/09/2015


O diálogo mantido pelos personagens permite uma reflexão acerca das variedades linguísticas. Considerando o contexto em que foi empregada, a passagem “A gente vamos barbarizar!” indica que
A
o personagem que a proferiu caíra em contradição.
B
a linguagem coloquial facilitaria a comunicação.
C
os iletrados sentem‐se constrangidos em manifestar opiniões.
D
a variedade culta estaria perdendo seu prestígio.
E
a diversidade linguística é um fenômeno que tende a desaparecer.