01) O conto desperta atenção e curiosidade dos leitores pela sua estruturação narrativa, com destaque à narração em primeira pessoa, aspecto que aproxima o leitor dos fatos narrados, bem como a narração dos fatos no momento em que acontecem, no tempo presente. Isso impossibilita tanto o narrador quanto o leitor de saberem qual será o desfecho da aproximação afetiva entre as personagens, recurso textual que gera suspense na narrativa.

02) O texto retrata a atração homoafetiva ocorrida entre o narrador e um amigo da escola. Essa atração é marcada por tensão, vergonha e medo por parte dos personagens envolvidos devido aos juízos morais e ao preconceito social diante da relação estabelecida entre os adolescentes. Conforme detalha o narrador sobre esse aspecto, “não faltaram bocas de serpentes” (p. 106).

04) O personagem Juca tenta por diversas vezes assumir o amor entre ele e o amigo perante os pais. Frederico, porém, é cauteloso com isso, ciente do tabu do assunto e de todo preconceito social que o envolve. Por essa cautela incontornável, Juca, em um momento de raiva, apelida-o de “Frederico Paciência”.

08) Por mais que o personagem seja referido como “Frederico Paciência”, ao sentir-se ofendido pelos comentários maldosos de um menino da escola (devido à espécie de proximidade na relação estabelecida com Juca), Frederico, de imediato, revida o insulto, agredindo o caluniador.

16) Narrado por Frederico, o conto trata das memórias de vivências ocorridas em sua adolescência, em especial da lembrança de um amor secreto na época da escola, vivido às escondidas com um personagem que, para a surpresa do leitor, será revelado ao final do conto: Juca, seu amigo de classe.