Conforme ficou registrado em sua carta-testamento, Getúlio Dornelles Vargas saiu da vida para entrar na História. Para muitos, ele foi o grande responsável pela modernização do Brasil, ao pôr em prática um modelo nacional-desenvolvimentista capaz de direcionar, em pouco mais de duas décadas, um país agrário para o rumo efetivo da industrialização. Sob essa mesma perspectiva, a vasta legislação trabalhista, ao reconhecer como legítimas as reivindicações dos operários e demais trabalhadores urbanos, instituiu o necessário equilíbrio na relação entre patrões e empregados, superando os resquícios da escravocracia mais arcaica. Para outros, contudo, o chamado populismo varguista seria a expressão mais pronta e acabada do uso das massas como instrumento de dominação política.
NETO, Lira. Getúlio: da volta pela consagração popular ao suicídio (1945-1954). São Paulo: Companhia das Letras, 2014, p. 350.
O suicídio de Vargas foi um dos momentos mais dramáticos da história brasileira. O fato relaciona-se à intensa luta política da década de 1950, quanto ao modelo de desenvolvimento a ser implantado no País. A luta política se caracterizava pela oposição entre duas propostas relacionadas à