Considere as estrofes escritas por Cecília Meireles.
De seu calmo esconderijo
o ouro vem, dócil, ingênuo
torna-se pó, folha, barra,
prestígio, poder, engenho...
É tão claro! − e turva tudo:
honra, amor e pensamento.
Por ódio, cobiça, inveja,
vai sendo o inferno traçado.
Os reis querem seus tributos
− mas não se encontram vassalos.
Mil bateias vão rodando,
mil bateias sem cansaço.
“Não chores tanto, Marília,
por esse amor acabado:
que esperavas que fizesse
o teu pastor desgraçado,
tão distante, tão sozinho,
em tão lamentoso estado?”
A bela, porém, gemia:
“Só se estivesse alienado [louco]!”
Pela temática, percebe-se que os versos relacionam-se ao