Considere o fragmento a seguir:
Na era do antropocentrismo, da revolução científica e do racionalismo, a fé tinha sido instrumentalizada pelas partes em confronto e transformada numa questão sujeita à razão do Estado. As guerras religiosas foram, antes de mais, as guerras da nova política europeia, a que estava a forjar o Estado moderno. Um Estado que se pretendia centralizado, controlador, eficaz e uniforme, igualmente em matéria religiosa. Ao grito de “um rei, uma lei, uma fé”, os príncipes da modernidade não iam permitir que fosse questionado o seu poder.
(Diego Sola. A Europa em sangue. Portugal: Atlântico Press, 2018, p. 8.)
A respeito do contexto das guerras religiosas abordado pelo texto acima, considere as seguintes afirmativas:
1. Os conflitos dos séculos XVI e XVII foram decorrentes das transformações culturais estimuladas pelo Renascimento, na medida em que as explicações dogmáticas legadas pelo catolicismo e pelos reformados foram questionados por parcelas da nobreza europeia e autoridades monárquicas desejosas de maior autonomia política e da afirmação do pensamento racional.
2. Embora não sejam movimentos coincidentes, o Renascimento e as Reformas Religiosas foram fenômenos favorecidos pela disseminação da imprensa no continente europeu, que contribuiu para que suas ideias se propagassem mais rapidamente.
3. As guerras religiosas não foram motivadas unicamente por divergências dogmáticas, mas por interesses políticos e econômicos dos grupos dirigentes dos territórios europeus, em um contexto de afirmação da autoridade monárquica diante da concentração de poderes.
4. Os conflitos religiosos dos séculos XVI e XVII contribuíram para que se verificasse em vários Estados europeus um processo de laicização da política de Estado.
Assinale a alternativa correta.