Considere os fragmentos do romance Feliz ano velho, de Marcelo Rubens Paiva.
I.
Acordei. De um lado, um caninho com um líquido amarelo que entrava em minha veia; do outro, um com sangue. Na boca, um acoplado, aqueles aparelhinhos de respiração artificial que já conhecia do Fantástico. Muito eficiente, fechava a boca com a língua, mesmo assim o ar entrava. Tinha uma sanfoninha pendurada que enchia e esvaziava. Assoprava e ela nem se tocava, enchia e esvaziava...
II.
Fiquei curtindo as sensações nele. Na pele não sentia muito, mas se apertasse ou manipulasse, sentia tesão. A respiração ficava ofegante. Corria pelo corpo todo aquele formigamento de prazer. Que loucura, eu tenho que me redescobrir sexualmente, saber usar esse corpo, aprender com ele. Não é o mesmo prazer, mas é gostoso ficar mexendo no pinto. Não é psicológico, mas físico. Senti-me uma criança que descobre a sensação gostosa de mexer no piu-piu.
Assinale com V. (verdadeiro) ou F (falso) as seguintes afirmações sobre os fragmentos acima.
( ) Os fragmentos estão relacionados ao acidente que deixa o narrador fisicamente limitado: no primeiro, pós-acidente na sala da UTI; no segundo, a descoberta das novas sensações de prazer corporal.
( ) Os dois fragmentos desse relato memorialístico, caracterizados por frases rebuscadas e bastante elaboradas, apontam para momentos distintos de descoberta corporal.
( ) A descoberta do prazer físico, sobretudo o sexual, compõe o universo da absoluta novidade no enredo.
( ) O relato de Paiva, no decorrer da narrativa, pode ser interpretado como uma espécie de libertação do sofrimento, catalisado pelas experiências traumáticas da vida do autor.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é