Considere o texto de Maraliz Christo e a imagem da pintura de Pedro Américo “Tiradentes Esquartejado”, de 1893. “O sentido da tela vagueia entre os dois extremos: da cabeça plena de significados positivos (o herói santificado) à materialidade cadavérica da coxa, dos ideais de liberdade à perversidade colonial, da eternidade à fragilidade humana. Ao pintar o esquartejamento, Pedro Américo entrou em choque com a visão ufanista do herói, que se opôs à sua exibição aos pedaços. Não sendo útil à construção do mito republicano, o quadro não circulou como imagem, reproduzido em gravuras ou fotografias. “Tiradentes Esquartejado” só passou a ser conhecido pelo grande público depois de 1969, ilustrando enciclopédias. Hoje, a tela é interpretada apenas como denúncia da repressão colonial.”

(CHRISTO, Maraliz de Castro Vieira. A imagem da capa. In: Revista de História da Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro, Ano 2, nº 19, abril de 2007, p. 4.)

“Tiradentes Esquartejado”, Pedro Américo, 1893 Na prova de História da primeira fase, abordou-se a apropriação da figura do mártir da Inconfidência tanto pelos partidários à esquerda quanto pelos partidários à direita no espectro político nacional. Com base na interpretação do texto e da imagem “Tiradentes Esquartejado”, comente as possibilidades de leitura do mito Tiradentes.