Cota zero
Stop.
A vida parou
ou foi o automóvel?
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Reunião. Rio de Janeiro: José Olympio, 1977. p. 23)
O poema caracteriza-se pela brevidade dos versos que, em uma primeira leitura, podem causar estranhamento ao leitor. Observe as proposições abaixo, acerca de alguns traços discursivos do texto.
I. “Cota zero” estabelece com o artigo anterior uma intertextualidade de semelhança, dado que ambos se referem negativamente ao carro.
II. O poema faz uso do anglicismo “stop” para assinalar a freada do carro e louvar o progresso que, no início do século XX, chegava ao Brasil.
III. Drummond aponta para a simbiose homem-máquina, especialmente através da quebra dos versos “A vida parou/ ou foi o automóvel?”
IV. “Cota Zero” alude ao Manifesto Futurista de Marinetti de 1909, e faz apologia à velocidade, à máquina, à modernidade e ao progresso.
V. O título do poema sugere um veículo parado, inerte – zero – e que representa limitação – cota – à vida humana.
Estão corretas, apenas: