“Dédalo construiu o labirinto para Minos mas, depois, caiu no desagrado do rei e foi aprisionado em uma torre. Conseguiu fugir da prisão, mas não podia sair da ilha por mar, pois o rei mantinha severa vigilância sobre todos os barcos que partiam e não permitia que nenhuma embarcação zarpasse antes de rigorosamente revistada.
‘Minos pode vigiar a terra e o mar, mas não o ar’ – disse Dédalo. ‘Tentarei esse caminho’.
Pôs-se, então, a fabricar asas para ele próprio e seu jovem filho, Ícaro. [...] Prendeu as penas maiores com fios e as menores com cera e deu ao conjunto uma curvatura delicada, como as asas das aves.[...]
‘Ícaro, meu filho’ – disse, quando tudo ficou pronto para o vôo -, ‘recomendo-te que voes a uma altura moderada, pois, se voares muito baixo, a umidade emperrará tuas asas, e, se voares muito alto, o calor as derreterá. Conserva-te perto de mim e estarás em segurança’.
[...] quando o rapazinho, exultante com o vôo, começou a abandonar a direção do companheiro e a elevar-se para alcançar o céu, a proximidade do ardente sol amoleceu a cera que prendia as penas e estas se desprenderam. O jovem agitava os braços, mas já não havia penas para sustentá-lo no ar. Lançando gritos dirigidos ao pai, mergulhou nas águas azuis do mar que, de então para diante, recebeu o seu nome.
‘Ícaro, Ícaro, onde estás?’ – gritou o pai.[...]
Afinal, viu as penas flutuando na água e, amargamente, lamentando a própria arte, enterrou o corpo e denominou a região Içaria, em memória ao filho.
Dédalo chegou são e salvo à Sicília, onde ergueu um templo a Apolo, lá depositando as asas, que ofereceu ao deus.”
BULFINCH, Thomas. O livro de ouro da mitologia. Rio de Janeiro: Tecnoprint, 1965.
De acordo com o texto sobre a mitologia grega, seus conhecimentos e considerando a cera uma mistura de substâncias, é correto afirmar que