Questão
Universidade de Taubaté - UNITAU
2023
1ª Fase
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Desde 1985, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) faz um dossiê anual sobre os conflitos no campo no Brasil. Os dados de 2020 revelam um total de 1.608 conflitos por terra (maior número de toda a série histórica), 96 conflitos trabalhistas (pico de 416 em 2007), 350 conflitos por água (também um recorde) e 18 assassinatos (máximo de 73, em 2003). Um dado que chama atenção é a área total dos conflitos por terra no ano de 2020: 77.443 hectares. De longe a maior área registrada em todos os relatórios, e que vem crescendo exponencialmente desde 2015. De acordo com PortoGonçalves e Cuin (2013), o conflito é inerente às relações sociais e de poder e às múltiplas territorialidades em relações contraditórias. 

PEREIRA, C. F. Nova centralidade do território e da identidade nas lutas sociais e processo de complexificação da questão agrária. Geousp, V. 25, n. 3, dez. 2021. Adaptado. 

A partir das informações acima, é possível afirmar que as configurações dos conflitos de caráter fundiário no campo brasileiro, expressam
A
A contradição na relação entre dois polos opostos: o camponês, cuja perspectiva no uso da terra é o trabalho; e o latifundiário, cuja perspectiva é o negócio e a especulação do mercado capitalista.
B
As disputas por legitimidade de uso e apropriação de recursos para o trabalho, não indo além das questões econômicas.
C
A unidade de interesses, entre os diferentes grupos de camponeses, em torno da questão do acesso aos meios de produção.
D
A reprodução de relações não capitalistas de produção no âmbito do capitalismo no campo, com a manutenção das tradicionais formas de luta camponesa.
E
O encontro de diferentes sujeitos sociais, práticas e representações e o conflito de imposição de um modo de apropriação, uso e significação do espaço e dos recursos sobre outro modo