Desde 1985, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) faz um dossiê anual sobre os conflitos no campo no Brasil. Os dados de 2020 revelam um total de 1.608 conflitos por terra (maior número de toda a série histórica), 96 conflitos trabalhistas (pico de 416 em 2007), 350 conflitos por água (também um recorde) e 18 assassinatos (máximo de 73, em 2003). Um dado que chama atenção é a área total dos conflitos por terra no ano de 2020: 77.443 hectares. De longe a maior área registrada em todos os relatórios, e que vem crescendo exponencialmente desde 2015. De acordo com PortoGonçalves e Cuin (2013), o conflito é inerente às relações sociais e de poder e às múltiplas territorialidades em relações contraditórias.
PEREIRA, C. F. Nova centralidade do território e da identidade nas lutas sociais e processo de complexificação da questão agrária. Geousp, V. 25, n. 3, dez. 2021. Adaptado.
A partir das informações acima, é possível afirmar que as configurações dos conflitos de caráter fundiário no campo brasileiro, expressam