Desde que apareceu, em fevereiro deste ano [1918], até agora, a pandemia do influenza, batizada Gripe Espanhola, tem índice de mortalidade fulminante e já rivaliza com a Peste Negra, como o maior holocausto médico da história. Cientistas trabalham em ritmo acelerado para tentar frear o vírus — sem sucesso, como atestam os milhões e milhões de cadáveres, verificados apenas nas primeiras 25 semanas da doença, em locais tão distantes, como a França, a Índia, os Estados Unidos, a Africa do Sul, a Austrália e o Brasil. [...]
Nesse cenário, soldados de ambos os lados das trincheiras vinham tombando dia após dia. Os aliados — notadamente americanos e franceses — sofreram demais o impacto da pandemia; mas foi no lado oposto que a Gripe Espanhola se verificou ainda mais fatal, ao menos em termos militares. Analistas avaliam que as baixas alemãs e austro-húngaras causaram estragos irreparáveis — com seus exércitos operando no limite, não havia como repor a mão de obra ceifada pelo influenza —, e contribuíram para a queda e a consequente capitulação. Igualmente terríveis têm sido os relatos da pandemia em locais não afetados pela guerra: na Índia, calcula-se que mais de 10 milhões de pessoas já tenham morrido. (A GRIPE... 2014).
A Gripe Espanhola se inseriu no contexto da Primeira Guerra Mundial,