Dividimos a história em eras, com começo e fim bem definidos, e mesmo que a ordem seja imposta depois dos fatos − a gente vive para a frente, mas compreende para trás, ninguém na época disse “Oba, começou a Renascença” − é bom acreditar que os fatos têm coerência, e sentido, e lições. Mas podemos aprender a lição errada.
A gente fala nos loucos anos 20, quando várias liberdades novas começaram a ser experimentadas, e esquece que foi a era que gerou o fascismo e outras formas liberticidas. A leitura convencional dos anos 40 é que foram os anos em que os Estados Unidos salvaram a Europa dela mesma. Na verdade, a Segunda Guerra salvou os Estados Unidos. Completou o trabalho do New Deal de Roosevelt e acabou com a crise econômica que sobrara dos anos 30, fortalecendo sua indústria (...)
(Adaptado de: Luis Fernando Veríssimo. Banquete com os deuses. Rio de janeiro: Objetiva, 2003. p. 207)
Os Estados Unidos emergiram da Segunda Guerra Mundial como o país mais rico e poderoso do mundo. No pós-guerra dois grandes planos contribuíram para a prosperidade e crescimento material desse país, entre eles, o Plano Marshall, pois, ao