Questão
Pontifícia Universidade Católica de Campinas - PUC Campinas
2017
Fase Única
E-interessante-notar169fb5e3fe1
É interessante notar como, em Machado de Assis, se aliavam e se irmanavam a superioridade de espírito, a maior liberdade interior e um marcado convencionalismo. Dois termos que se repelem, pensador e burocrata, são os que melhor o exprimem. Entre Memórias póstumas de Brás Cubas e Quincas Borba, a vida nacional passara pelas profundas modificações da Abolição e da República. 

− Que pensa de tudo isso Machado de Assis? indagava Eça de Queirós. 

À queda da Monarquia, disse Machado no seu gabinete de burocrata, diante da conveniência de tirar da parede o retrato do imperador: 

− Entrou aqui por uma portaria, só sairá por outra portaria. 

Era o que tinha a dizer aos republicanos, atônitos com esse acatamento ao ato de um regime findo. 

(Adaptado de: PEREIRA, Lúcia Miguel. Machado de Assis. 6. ed. rev., Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: EDUSP, 1988, p. 208)

O republicanismo no Brasil, sobretudo a linha defendida pelos militares, sofreu forte influência do positivismo – forma de pensamento característico do século XIX −, filosofia de Auguste Comte. Os republicanos positivistas
A
pretendiam chegar ao regime republicano por meio de mudanças decorrentes de movimentos de luta entre os monarquistas e os positivistas.
B
concebiam o Estado como uma entidade voltada ao aprimoramento positivo da sociedade, independentemente do regime de governo.
C
consideravam que só seria possível a criação de uma sociedade igualitária através do republicanismo e de “reformas positivas do trabalho”.
D
defendiam que a monarquia seria superada pelo “estágio positivo da história da humanidade”, representado de modo especial pela república.
E
acreditavam que a queda da monarquia ocorreria por meio de uma “revolução baseada nos princípios do positivismo e do republicanismo”.