Entre 1500 e 1856, a cada cinco pessoas no mundo que foram escravizadas, uma colocou os pés no Rio de Janeiro. Por muito tempo, imaginou-se que pouco mais de um milhão de escravos desembarcaram na cidade — e mais 2,6 milhões teriam sido levados para outros pontos do litoral brasileiro. Agora, estudiosos afirmam que o número relativo ao Rio é muito maior que o estimado por vários historiadores. Estudos recentes, baseados em minucioso banco de dados criado pela Universidade de Emory, em Atlanta, nos Estados Unidos, reúnem registros portuários feitos ao longo de três séculos e meio. Esses dados recentes nos dão a dimensão quantitativa da presença de africanos escravizados no Brasil.
(FRANÇA, Renan. O Globo. Publicado 06-04-2016. Disponível: https://oglobo.globo.com/rio/pesquisa-americana-indica-que-rio-recebeu-2-milhoes-de- escravos-africanos-15784551. Adaptado. Acesso: 20 jun. 2017.)
A análise citada no texto, vinculada ao Sítio Arqueológico Cais do Valongo, localizado na zona portuária do Rio de Janeiro e que ganhou o título de Patrimônio Mundial pela UNESCO em 2017, dá a dimensão da importância da mão de obra africana escravizada no Brasil. O período citado no texto inclui o início das políticas de combate ao sistema de exploração de mão de obra escrava iniciado pela Inglaterra, no princípio do século XIX. O resultado dessas políticas no Brasil foi