“Esses adeuses que caíam pelos mares,
declamatórios, a pregar sua amargura,
emudeceram; já não há tempos nem ecos.
Perdeu-se a forma dos abraços. De ar é a lousa
dos cemitérios: um suspiro momentâneo.
De ar esses mortos – que eram de ar enquanto vivos.
De ar, este mundo, esta presença, este momento,
estes caminhos sem firmeza. Dos adeuses
que vamos sendo – ó ramos de ossos, flor de cinzas! –
é que morremos – e num lúcido segredo –
sabemos, ouvindo – atravessados de evidências –
que somos de ar, de adeuses de ar...E tão de adeuses
que já nem temos mais despedidas.”
Este último poema de Solombra começa com a evocação da dor da separação pela morte para fixar-se, em seguida, no caráter transitório de toda vida humana. Duas imagens distintas marcadas pelo mesmo traço simbólico repetem-se ao longo das estrofes e são, afinal, reunidas numa só. Identifique essas imagens e seu caráter simbólico, acrescentando um comentário sobre o desenvolvimento que recebem ao longo do poema.