Questão
Universidade Regional do Cariri - URCA
2011
Fase Única
VER HISTÓRICO DE RESPOSTAS
Estendido-marquesa5647b4b34db
Estendido no marquesão, o senhor do engenho arquejava. A mulher perto dele chorava, enquanto os cabras já estavam no quarto rebulindo tudo. Foi quando se ouviu um grito que vinha de fora. Apareceu o velho Vitorino, acompanhado de um cangaceiro:

- Capitão, este velho apareceu na estrada, dizendo que queria falar com o senhor.

- Quem é você, velho?

- Vitorino Carneiro da Cunha, um criado às ordens.

- E o que quer de mim?

- Que respeite os homens de bem.

- Não estou aqui para ouvir lorotas.

- Não sou loroteiro. O Capitão Vitorino Carneiro da Cunha não tem medo de ninguém. Isto que estou dizendo ao senhor disse na focinheira do Tenente Maurício.

- O que quer este velho?

- Tenho nome, capitão, fui batizado.

- Deixa de prosa.

- Estou falando como homem. Isto que o senhor está fazendo com o Coronel Lula de Holanda é uma miséria.

- Cala a boca, velho. Um cangaceiro chegou-se para perto de Vitorino.

- Olha, menino, estou falando com o seu chefe. Ainda não cheguei na cozinha.

- Deixa ele comigo, Beija-Flor.

- O que eu lhe digo, Capitão Antônio Silvino, é o que eu digo a todo mundo. Eu, Vitorino Carneiro da Cunha, não me assusto com ninguém.

- Pára com isto, senão eu te mando dar um ensino, velho besta.

- Tenho nome. Sou inimigo político do Coronel Lula, mas estou com ele.

- Está com ele? Pega este velho, Cobra Verde. Vitorino fez sinal de puxar o punhal, encostou￾se na parede e gritou para o cangaceiro:

- Venha devagar. Uma coronhada de rifle na cabeça botou-o no chão, como um fardo.

(...)

- Mas quando ia mais adiantada a destruição das grandezas do Santa Fé, parou um cavaleiro na porta. Os cangaceiros pegaram os rifles. Era o Coronel José Paulino, do Santa Rosa. O chefe chegou na porta.

- Boa noite, Coronel.

- Boa noite, Capitão. Soube que estava aqui no engenho do meu amigo Lula e vim até cá. E olhando para o piano, os quadros, a desordem de tudo:

- Capitão, aqui estou para saber o que quer o senhor, do Lula de Holanda. E vendo D. Amélia aos soluços, e o velho estendido no marquesão:

- Quer dinheiro, Capitão? A figura do Coronel José Paulino encheu a sala de respeito.

- Coronel, este velho se negou ao meu pedido. Eu sabia que ele guardava muito ouro velho, dos antigos, e vim pedir com todo o jeito. Negou tudo.

- Capitão, me desculpe, mas essa história de ouro é conversa do povo. O meu vizinho não tem nada. Soube que o senhor estava aqui e aqui estou para receber as suas ordens. Se é dinheiro que quer, eu tenho pouco, mas posso servir. Vitorino apareceu na porta. Corria sangue de sua cabeça branca.

- Estes bandidos me pagam.

- Cala a boca, velho malcriado. Pega este velho, Cobra Verde.

- Capitão, o meu primo Vitorino não é homem de regular. O senhor não deve dar ouvido ao que ele diz.

- Não regula, coisa nenhuma. Vocês dão proteção a estes bandidos e é isto que eles fazem com homens de bem. (...)

- Coronel, eu me retiro. Aqui eu não vim com o intento de roubar a ninguém. Vim pedir. O velho negou o corpo.

- Pois eu lhe agradeço, capitão. (...)

(17:ed.Rio de Janeiro: j. Olimpio,1997.p.250-61)

Dadas as frases:

Estendido no marquesão, o senhor do engenho arquejava. Tenho nome, capitão, fui batizado. Apareceu o velho Vitorino acompanhado de um cangaceiro. Vocês dão proteção a estes bandidos.

Os termos em destaque, exercem, respectivamente a função sintática de:
A
objeto direto; sujeito; objeto indireto; objeto indireto.
B
vocativo; sujeito; adjunto adverbial; adjunto adverbial.
C
sujeito; vocativo; objeto indireto; adjunto adverbial.
D
objeto direto; objeto indireto; objeto direto; vocativo.
E
sujeito; vocativo; adjunto adverbial; objeto indireto.