Questão
Universidade Federal de Sergipe - UFS
2011
Fase Única
Eu-Marilia-na-sou112c7ef1331
Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
Que viva de guardar alheio gado;
De tosco trato, d’ expressões grosseiro,
Dos frios gelos, e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal, e nele assisto;
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
E mais as finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!
Eu vi o meu semblante numa fonte,
Dos anos inda não está cortado:
Os pastores, que habitam este monte,
Respeitam o poder de meu cajado.
Com tal destreza toco a sanfoninha,
Que inveja até me tem o próprio Alceste:
Ao som dela concerto a voz celeste;
Nem canto letra, que não seja minha,
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!
[...]

Disponível em: http://www.culturatura.com.br/obras/Mar%C3%ADlia%20de%20Dirceu.pdf. Acesso em: 06 jul. 2011.

Da leitura do fragmento, pode-se concluir que:
A
a interlocutora do eu-lírico é a própria vida, que se apresenta destituída de sentido.
B
o eu-lírico mostra-se envelhecido e cansado para cantar o amor por sua amada, então ausente.
C
o eu-lírico assume-se como pastor para cantar o amor, a natureza bucólica e a vida idealizada.
D
a interlocutora do eu-lírico é a natureza, representada pela figura de Alceste.
E
o eu-lírico escolhe, como interlocutores, os outros pastores que compartilham com ele a arte de cantar.