Eu, O Narrador, Sou Teoria.
Manuela sorriu-me e embrenhou-se no mato, no mato denso do Amboim, onde despontava o café, a riqueza dos homens. O café vermelho pintava o verde da mata. Assim Manuela pintava a minha vida.
Manuela, Manuela onde estás tu hoje? Na Gabela? Manuela da Gabela, correndo no mato do Amboim, o mato verde das serpentes mortais, como o Mayombe, mas que parece o fruto vermelho do café, riqueza dos homens.
Manuela, perdida para sempre. Amigada com outro, porque a deixei, porque Manuela não foi suficientemente forte para me reter no Amboim e eu escolhi o Mayombe, as suas lianas, os seus segredos e os seus exilados.
Perdi Manuela para ganhar o direito de ser «talvez», café com leite, combinação, híbrido, o que quiserem. Os rótulos pouco interessam, os rótulos só servem os ignorantes que não veem pela coloração qual o líquido encerrado no frasco.
PEPETELA. Mayombe.
A técnica narrativa de relatos individuais faz com que a subjetividade invada a obra Mayombe de Pepetela. Nesse sentido, pode-se inferir, a partir do trecho acima e também da visão global do romance, que: