Euclides da Cunha, formado, como todos nós, pelo Brasil oficial, falsificado e superposto, saiu de São Paulo como seu fiel adepto –positivista, urbano e “modernizante”. E de repente, ao chegar ao Sertão, viu-se encandeado e ofuscado pelo Brasil real de Antônio Conselheiro e seus seguidores. A revelação era recente demais, dura demais, espantosa demais. De modo que, entre outros erros e contradições, só lhe ocorreu, além da corajosa denúncia contra o crime, pregar uma “modernização” que consistiria, finalmente, em conformar o Brasil real pelos moldes da Rua do Ouvidor e do Brasil oficial.
SUASSUNA, Ariano. Euclydes da Cunha, Canudos e o Exército. In: FERNANDES, Rinaldo de. O clarim e a oração: cem anos de Os Sertões. São Paulo: Geração Editorial, 2002. p. 22.
Com base no trecho acima, pode-se afirmar que a obra de Euclides da Cunha